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24/01/20

Folha de SP impressa é minúscula

A esquerda tem a ilusão de que a Folha de São Paulo tem o poder de convencer as pessoas de que Bolsonaro é um mal presidente, de que Sérgio Moro é um bandido, que o corrupto condenado Lula é um inocente, que a economia vai bem mas deve estragar em breve. etc. Besteira. Pelo menos hoje em dia.

Nos anos 90 o jornal Folha de São Paulo circulava com mais de 2 milhões de exemplares por dia. Estava nas principais cidades do país, era compra obrigatória. Hoje ele tira uma média de apenas 92 mil, para distribuir por todo o país, o que não faz.

Todos estão concentrados em São Paulo, onde são uma gota num oceano de 15 milhões de habitantes. Do ponto de vista de influência, a Folha impressa se tornou uma nulidade, um nada, mídia de nicho. Ah, voce deve achar que o leitor migrou para o online...

Mas não aconteceu. A Folha só tem, segundo o IVC, 247.476 assinantes, seguida do Globo e Estadão. Pegando o valor da assinatura, R$ 29,90 (depois dos 6 primeiros meses menor), a Folha fatura por mês R$ 7,4 milhões, mais R$ 460 mil do impresso. É um terço do que o PT dava a ela todo mês.

Claro, tem a publicidade, mesmo assim a preferência por ela pode não durar muito quando as empresas começarem a fazer as contas e comparar o custo benefício de anunciar na Folha com o de espalhar a verba por veículos de notícia regionais.

Na Folha, o anunciante alcança umas 350 mil pessoas cativas, somando digital e impresso. Qualquer jornal local, por menor que seja, tem mais leitores impressos na sua cidade que ela. Claro que a Folha tem milhares de leitores não-assinantes, mas bastam 20 sites regionais, como A Região e Pimenta, para igualar seus assinantes digitais.

E seus assinantes são o único público garantido que a Folha pode oferecer ao anunciante: 350 mil pessoas. Ou 2,33% da população de São Paulo, onde a Folha circula na versão impressa. É nada. Por isso, o argumento que a Folha usa para se vender ao anunciante é outro.

A Folha de São Paulo divulga seu número de "page views" (quantas vezes uma matéria foi lida) e de usuários únicos (pessoas diferentes que entraram no site). Em seu site, ela diz que tem 3 milhões de usuários únicos por mês, mas usa dados de 2017. Por que? Não deve ser porque tem mais que isso hoje em dia...

Mesmo acreditando cegamente no site, 3 milhões não é nem um quinto da população de São Paulo capital, onde o jornal tem sede. Além disso, inclui leitores que estão fora do Brasil e que não importam para o anunciante daqui. Pelo menos 15% deles estão nesta condição.

Então, como um anunciante pode massificar sua propaganda? Usando a mídia local e regional. Um exemplo simples: em Itabuna o jornal A Região circula com 4 mil exemplares nas bancas e a Folha com nenhum. No online, dificilmente ela é mais lida que A Região (na cidade). Afinal, só tem 3 milhões de leitores no país inteiro.

Se fosse dividir igualmente, o que é irreal e uso só como argumento, cada um dos 5.570 municípios só teria 538 leitores da Folha de São Paulo online. Quem pode influenciar mais Itabuna, o jornal A Região ou a Folha? O Diário Bahia ou a Folha? O Pimenta ou a Folha?

A Folha é o maior jornal brasileiro e, no entanto, é inútil se a intençao é massificar uma propaganda pelo país. Por isso anunciantes nacionais como Vivo, Coca Cola, Unimed, Unime, GM, Ford e outros investem pesadamente no rádio local, única mídia de massificação comprovada.

A lógica no rádio é a mesma. Uma emissora como a Morena FM tem infinitamente mais ouvintes na região que uma de rede nacional como CBN, Jovem Pan ou Band. Não adianta anunciar nessas se voce quer vender bem em Itabuna. Por isso os grandes anunciantes estão cada vez mais no rádio regional.

Alguém aí levantou a mão para citar a internet? Ela é fantástica e ajuda o rádio e o jornal regionais a ampliar sua audiência da região para o planeta inteiro. A Região tem leitores até na China. A Morena FM tem ouvintes até na Ucrânia. Mas eles não servem para o anunciante local nem o nacional.

O mesmo acontece com grandes sites como o UOL e o G1. Sua audiência é grande se considerado o número de visitantes do país inteiro, mas se tornam irrelevantes a nível local e regional. Sites nacionais só conseguem atingir bem o público regional quando têm uma matéria citada e repassada pelos veículos locais.

Além disso, existe um problema adicional. Nacionalmente metade da população não tem acesso à internet e no interior este contingente é maior ainda. Ou seja, jamais verão sua propaganda online. A ilusão de que "todo mundo acessa" acontece porque só convivemos com pessoas com rendimento suficiente para ter internet.

Resumindo, a influência e o alcance de jornais e rádios nacionais são muito menores do que querem que a gente acredite. A força está nos regionais, próximos e íntimos do leitor, do ouvinte. São veículos que conhecem e entendem a realidade regional e, por isso, oferecem uma experiência melhor aos moradores.

Claro, dá muito mais trabalho anunciar em centenas de jornais e rádios locais, com muitos documentos indo e vindo, e controles complexos. Porém os resultados são exponencialmente melhores do que anunciar em veículos de redes nacionais. As empresas já entenderam isso e exigem este trabalho de suas agências de propaganda.

Os políticos ainda se iludem e vão demorar a entender, porque vivem numa redoma, numa bolha de privilégios que impede enxergar o dia a dia das pessoas. Existem exceções, como o presidente Bolsonaro, porque sempre foi simples, sempre preferiu conversar com pessoas comuns. Não é a toa que foi eleito sem dinheiro.

O mundo está cada vez mais global e interligado, mas o futuro da mídia é cada vez mais regional. Afinal, ninguém entende melhor a cultura local do que ela.

O veículo nacional é aquele cara que entra num restaurante da Índia e pede... uma picanha*.

* Na ìndia, a vaca é um animal sagrado e eles não comem carne bovina.

Posted by at 11:20 PM
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A herança nazista que incomoda

A demissão, correta, do secretário de Cultura que copiou um texto nazista para anunciar um programa da pasta, me fez lembrar de coisas que os nazistas fizeram e usamos assim mesmo. Como? Explico. Além da crueldade e atos abomináveis, os alemães de Hitler deixaram um enorme legado não militar.

Ninguém gosta de lembrar ou citar isso, porque é como se a gente elogiasse o regime. Mas a verdade é que a influência nazista em nossas vidas existe até hoje. O Fusca, por exemplo, tão amado no Brasil, foi fabricado a pedido de Hitler. Mais nazista impossível. O avião a jato foi inventado por eles.

Claro que começou como um caça para ser usado na guerra, o Messerschmitt Me 262, que acabou chegando tarde. Ganhou todas as batalhas, mas eram poucos e a guerra foi perdida. O programa espacial dos EUA e da Russia também foi totalmente criado por nazistas dissidentes e baseado na tecnologia de guerra deles.

O equipamento de visão noturna é outra invenção nazista, hoje usado por exércitos do mundo todo. Uma coisa que poucos sabem é a origem da famosa grife Hugo Boss. Ele era nazista e desenhou os uniformes da juventude hitlerista e da sanguinária SS. Não tenho medo de dizer que os uniformes nazistas eram muito mais bonitos que os dos aliados. Agora sabemos porque.

Voce gosta de Fanta? É outra criação nazista. Na época, a Coca-Cola atuava na Alemanha mas não podia importar o xarope de seu refrigerante, por isso a filial alemã inventou a Fanta. O walkie-talkie foi criado pela Motorola para a comunicação em batalha e é o avô do celular.

O computador como conhecemos é nazista. A ideia foi do inglês Alan Turning, mas só se tornou realidade com o alemão Konrad Zuse, que montou o primeiro, o Z3. O cinema em 3D já era comum na Alemanha nazista, em 35mm e usado para a propaganda de Hitler.

Uma das coisas mais abomináveis dos nazistas foram os experimentos, muitos cruéis, em judeus, gays e ciganos, com cirurgias sem anestesia e muito sofrimento. Porém, seus estudos sobre hipotermia continuam referência e alguns procedimentos, técnicas e métodos de tratamento nazistas ainda são usados pela medicina atual.

A Alemanha nazista era antitabagista e provou, pela primeira vez, a relação entre o cigarro e o câncer de pulmão. Hitler proibiu o fumo em locais de trabalho e no transporte público, além de manter uma campanha forte com palestras e panfletos. As mulheres foram instadas a fazer exames regulares de câncer de mama.

O Atlas de Pernkopf até hoje é considerado a melhor referência da anatomia humana, mas foi feito usando centenas de gays, judeus e ciganos mortos pelos nazistas. A transmissão ao vivo pela televisão foi feita pela primeira vez pela máquina de propaganda nazista.

Joseph Goebbels, de quem o secretário demitido copiou um texto, é, gostem ou não, o pai do marketing atual. O controle de jornais, rádios e tevês pela força para só divulgar o que era conveniente é usado até hoje. A única diferença é que os governos trocaram a força pelo dinheiro e as verbas oficiais de propaganda.

Lula e o PT mantiveram Globo, UOL, Folha e outros alinhados gastando milhões por mês neles. Nas artes, os artistas de esquerda receberam 80% das verbas da Lei Rouanet nos governos petistas, seguindo fielmente o que pregava Goebbels para o marketing do governo nazista.

Os princípios definidos por ele até hoje são usados pelas empresas e políticos, porque funcionam. Foi ele quem transformou atos burocráticos políticos em eventos multimidia. Suas inovações em design, psicologia de massa, massificação da mensagem, simplificação dos slogans e logomarcas são ensinadas em nossas faculdades.

Os marketeiros e políticos o seguem. Por exemplo, o inimigo único, que é escolher um inimigo por vez e ignorar o que os outros fazem. "Concentre-se em um até acabar com ele". Voce vê isso em toda campanha eleitoral, quando o candidato escolhe alguém com quem polarizar.

Atribuir todos os males sociais a este inimigo e mostrar que sua companhia pode contaminar os outros. "Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos, criando assim um clima de profunda insegurança e temor". Parece familiar?

"Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias, sendo estas replicadas pela imprensa oficial". De novo, está no nosso dia a dia. "Sempre há que bombardear com novas notícias sobre o inimigo para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas". Lembra Folha, Globo e UOL sobre Bolsonaro?

"Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas contra o inimigo escolhido". De novo, todos os dias esses veículos apresentam "especialistas" para bombardear cada projeto de Bolsonaro. Fizeram assim também com Fernando Henrique Cardoso.

"Ocultar toda a informação que não seja conveniente" - rotina no Brasil. "Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes", como associar a ditadura militar ao governo Bolsonaro.

Como voce vê, apesar de abominável, o regime nazista também contribuiu para o avanço da sociedade por um lado, e, por outro, tem seus princípios de propaganda usados por gente que diz rejeitar o nazismo.

O nazismo e o comunismo são dois lados do mesmo projeto de poder absoluto e eterno.

A esquerda que condena o nazismo é a mesma que carrega a cartilha de Goebbels como se fosse uma Biblia, usando, tanto fora quanto no poder, os mesmos truques da Alemanha nazista. Que tinha criminosos, mas também tinha pessoas de bem.

O nazismo, assim como a vida, não é preto e branco. Existe muita área cinza no meio.

E muita hipocrisia na discussão.

Posted by at 8:23 PM
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