29/05/20
A ditadura do STF censor
É até um pleonasmo falar da completa ilegalidade da ação aberta pelo STF (a suposta vítima) para ele mesmo investigar se houve crime contra ele. É o exemplo perfeito de ditadura, onde quem manda é polícia, juiz, jurado e executor num só. Pior, o inquérito visa apurar um crime que não tem definição legal, logo, inexiste.
Todas as "provas" coletadas das pessoas que o ministro Alexandre de Moraes atacou são inúteis, porque ilegais. Mesmo que ele depois encaminhe as denúncias para o Ministério Público (que tem a prerrogativa legal de abrir investigações), os promotores vão ignorar todas e não terão alternativa a não ser arquivar.
O STF, nos últimos anos, se tornou uma excrescência legal. Criado para ser a última instância do judiciário e analisar casos que atentem contra a Constituição, ele virou um Estado. Interfere no Executivo, chegando a impedir nomeações e demissões ou mudanças de ministérios, prerrogativas exclusivas do Presidente da República.
Interfere no Legislativo, anulando sessões, ordenando votações e criando leis, prerrogativas exclusivas dos deputados e senadores. Abre investigação, usurpando o papel exclusivo do Ministério Público. Manda fazer busca e apreensão ilegalmente, muda leis sem passar pelo Congresso.
O pior é que, tudo o que o STF está fazendo visando unicamente tornar inviável o governo e derrubar um presidente eleito pelos brasileiros se torna jurisprudência. Significa que todas as ilegalidades do STF serão invocadas em ações futuras e darão respaldo a quem invocar.
Nesta semana o STF, na prática, recriou a censura, abolida pela Constituição depois de longa luta dos brasileiros. A partir de agora, quem falar mal do STF ou alguma de suas deidades ficará sujeito a receber a visita da Polícia Federal na porta, às 6 da manhã, armada.
A esquerda, em especial deputados do PT e PSOL, comemoraram a ação do STF, mas não deviam. Se hoje é permitido que ele censure e persiga quem defende Bolsonaro, amanhã a mesma medida pode ser usada para perseguir a própria esquerda. É a tal da jurisprudência.
Essa esquerda doentia e obtusa deve lembrar que os próximos três ministros da corte serão nomeados por Bolsonaro. Basta um para fazer o mesmo papel de Alexandre de Moraes, respaldado pela precedência que ele criou. Mas não acredito que o presidente deseje isso.
Apesar de muita gente confundir seu direito a criticar a imprensa com "ser contra a liberdade de expressão", seus atos (e os não atos) provam o contrário. Ele é massacrado por Folha de SP, Estadão, UOL e Globo todo dia, muitas vezes com deturpação de suas falas, manipulação de dados e informações, manchetes que destoam do texto.
Porém, até hoje, não tomou uma única ação de retaliação ou vingança contra eles. Bolsonaro não expulsou nenhum correspondente estrangeiro que repete os ataques da mídia gauche, como Lula fez e depois teve que voltar atrás. Não tentou cirar um "conselho" para controlar a impresa, como Lula e Dilma tentaram.
Não usou o dinheiro público, da Saúde, da Educação, da Segurança para pagar jabás e comprar a opinião desses mesmos veículos da mídia, que recebiam cerca de R$ 1 bilhão por ano para ignorar as falcatruas da quadrilha, elogiar as medidas e avalizar as mentiras dos governos petistas. Não usou a PF para perseguir ninguém, como fez o STF.
Ele critica duramente a imprensa, sim, mas qualquer pessoa com meio cérebro sabe que se refere a estes veículos e não à toda a imprensa. Eu sou imprensa duas vezes, no jornal A Região e na Morena FM, cresci com o exemplo de meu pai, Manoel Leal, de jornalismo investigativo, implacável e de opinião. E nunca me senti atingido por Bolsonaro.
O discurso duro contra a imprensa é direito dele, meu e seu. Assim como criticar o STF, o Congresso ou qualquer funcionário público, porque é isso que todos eles são. É nosso direito e também do presidente da República. O que ele faz é muito mais importante que o que ele diz quando está irritado.
Todos os atos, todas as ações, todas as medidas tomadas por Jair Bolsonaro desde que assumiu a Presidência são de defesa da liberdade de opinião e da liberdade da imprensa que, por sinal, ele incluiu entre os serviços essenciais para evitar que algum governador ou prefeito mandasse fechar quem o critica alegando o lockdwon da pandemia.
Existem abusos por parte de apoiadores de Bolsonaro? Sim, existem, como ameaçar ou atacar jornalistas da mídia gauche. É inaceitável, até porque eles apenas coletam as informações. Quem escreve as matérias e manipula os dados são outras pessoas, por ordem de um chefe. E nem esses devem ser ameaçados. A imprensa tem que ser livre.
O jornalista precisa ser protegido e os agressores processados e punidos, mas não se pode jogar essas agressões na conta de Bolsonaro, nem mesmo alegando que seus discursos "incentivam" a violência. Em nenhum momento ele falou em atacar jornalistas e já reiterou, várias vezes, que "as culpa não é de voces (repórteres) e sim dos editores".
Democracia requer imprensa livre e também a disponibilização da informação para todos, não só para aliados.
Enquanto Lula dava entrevistas só para blogueiros pagos para defendê-lo ou de esquerda e Dilma só falava com veículos amigos, Bolsonaro atende a todos, expõe sua opinião e as medidas do governo abertamente no Twitter e no Facebook, aberto a qualquer veículo. E faz "coletivas" diárias na porta do palácio.
Lula e Dilma falavam todo dia em "valorizar" os veículos do interior, em "democratizar a mídia", mas concentravam toda a verba federal em uma dúzia de veículos "aliados e coniventes", que ficaram milionários durante a gestão da quadrilha. Bolsonaro cortou a propaganda que não fazia sentido e democratizou o resto.
Hoje a Morena FM, por exemplo, recebe mídia federal todos os meses, assim como milhares de rádios do interior que eram ignoradas ou recebiam contratos tão pequenos que o custo de envio dos documentos por Sedex anulava o lucro. Na gestão atual, os contratos são decentes e o envio é eletrônico, online.
Tão importante quanto a liberdade de imprensa, mas ignorada pelos grandes veículos da mídia, é um marco na história dos governos civis no Brasil: um ano e meio sem nenhum caso de corrupção no governo. A mídia se acostumou tanto com a roubalheira desenfreada dos antecessores que se nega a admitir que este é honesto.
Honesto na gestão e na opinião, doa a quem doer. E o que mais doi nos opositores é o fato de Bolsonaro ser autêntico e franco. Fala o que pensa e não coloca uma "máscara social" quando vai a público. Ele é o que é, sem maquiagem. Talvez por isso consiga fazer o que Sarney, Collor, Lula e Dilma nunca puderam: andar na rua sem ser xingado.
Existe sim ameaças à liberdade de opinião, mas não vem dele e sim do STF e de parcela do Congresso.
A eles, o recado: não nos renderemos.
O tiro no pé de Celso e Moro
Eu tinha certeza de que o vídeo da reunião daria razão a Bolsonaro. Não por desconfiar de Moro, que continuo admirando como juiz, pessoa, ex-ministro. Só não gostei da maneira como resolveu sair do governo. Para mim, fizeram sua cabeça para virar político. Da pior forma. Mas o vídeo destroçou sua alegação.
O que eu vi no video da reunião de Bolsonado com os ministros mudou minha opinião. Se antes eu achava que a equipe era boa, agora estou orgulhoso do time que está tocando o país. Foi uma reunião fechada, que em qualquer país é secreta por força de lei. Só aqui, no quintal do mundo, se abre um vídeo desses.
Mas ainda bem que abriram. O que eu vi foi uma equipe comprometida e entusiasmada em servir o país, orgulhosa do que vem fazendo. A Damares defendendo os valores de ciganos e quilombolas, os idosos e mulheres agredidas. Ela denunciou a prisão de idosos, mulheres e até crianças por ordem dos governadores e prefeitos.
"Vamos abrir processo contra todos e pedir a prisão deles". Tudo bem, é um exagero gerado pela indignação dela (e minha, e de Bolsonaro, patente no vídeo). Mas ela também denunciou uma tentativa de infectar índios em Roraima com coronavirus para "dizer que estamos dizimando índios e jogar nas costas do presidente". A denúncia é séria.
A bronca do presidente, lembrando que é o chefe, que é sua prerrogativa e que vai interferir em todos os ministérios é normalíssima. Coisa normal na vida de qualquer empresa grande que tenha CEO, de qualquer governo democrático e, muito mais, nos comunistas e socialistas.
É óbvio e claro que ele reclamou da falta de informações vindas da PF, Abin, da inteligência das Forças Armadas e todo mundo. Não reclamou que a PF não informa o que ele quer, muito menos pediu dados de ações específicas. Reclamou foi da ineficiência no fornecimento de informações para a tomada de decisões.
Bolsonaro está certíssimo em reclamar disso, porque informação qualificada é fundamental para um governo tomar decisões e evitar crises. Não é à toa que os Estados Unidos tem uma dúzia de agências de inteligência, assim como Inglaterra, França, Alemanha, etc.
A mídia gauche, aquela que ficou milionária com Lula e odeia Bolsonaro por não pagar jabá nem mensalinho para jornais, ficou sem norte. Percebeu que nada do que Moro afirmou é bem verdade. Se tratou mais de uma interpretação errada do ex-ministro. Passou a procurar detalhes mínimos para criar factóides.
Desabafos de ministros indignados com a canalhice que o STF ou o Congresso pratica, ideias soltas, comentários bobos em uma reunião que, lembro, era privada, tudo isso virou novos "escândalos", "motivos para impeachment". Quanta besteira. Até a frase do Weintraub, apesar de pesada, é o retrato fiel dos políticos de Brasília.
Bateram porque Bolsonaro disse que "população armada nunca é escravizada", querendo criar um escândalo porque ele "quer armar o país". Um lembrete para esse pessoal: Bolsonado foi eleito defendendo a liberação de armas e nós o elegemos porque concordamos com ele.
A Janaína Pascoal, para raiva da esquerda, que vem usando suas críticas contra o presidente, resumiu assim: "Eu não sei se eu estou vendo a fita que vinha sendo anunciada. Realmente não sei. A fita que eu estou vendo reelege o presidente", escreveu a deputada no Twitter.
O que fica do vídeo é um presidente íntegro, comprometido com as liberdades, com o progresso do país, honesto, firme, franco, corajoso, preocupado com as pessoas. Desbocado? Sim, ele também é, e daí? Ao contrário dos antecessores, não é falso, não coloca uma máscara para enganar os trouxas.
Ele é o que é. Pra mim está ótimo.
17/05/20
O comércio no pós-coronavirus
Não vai existir "volta à normalidade". Aquele normal não existe mais. O que vai aparecer é a nova economia "normal". O setor turístico, por exemplo. Quanto tudo for liberado, nem por isso será fácil viajar nas férias. Haverá menos empresas aéreas, com menos aeronaves e menos destinos, com passagem mais cara.
Os hotéis no destino também serão menos, com preços mais caros e dificuldade em achar um quarto vago na alta temporada. Alugar um carro será igualmente difícil. Usar o transporte público será uma boa opção apenas em lugares onde ele foi preservado, que não serão muitos. Viagens curtas no próprio estado aumentarão.
Tomar café numa mesinha na calçada, fazer um lanche, almoçar num restaurante ou comer uma pizza à noite será algo muito limitado, seja pelo fechamento de boa parte deles (se estima em metade), seja pelos preços mais altos, com maior custo de alimentos e serviços. Mas o setor deve voltar a crescer rápido, com novos operadores e maior demanda.
O uso das máscaras vai virar rotina em restaurantes, bares, salões de beleza e em empresas com atendimento direto ao público. Fabricar e vender máscaras será (já é) um negócio rentável e permanente. O delivery, não só de de comida como de qualquer outra coisa, vai explodir nas cidades.
Os lojistas finalmente vão manter permanentemente o que sugiro desde 2000: um site vendendo para a própria cidade, com entrega no mesmo dia usando motoboy ou carro da firma. Isto vai reforçar o poder econômico das lojas locais, gerar empregos e trazer de volta as vendas tomadas pelas grandes redes online nos últimos anos.
As lojas físicas tenderão a ser menores, mais preocupadas em servir como mostruário e cativar clientes que para efetuar a venda dentro dela. As mais inteligentes vão criar nas lojas atrações como desfile de nova coleção para grupos de clientes (roupas e sapatos), demonstração de eletros, aulas e cursos ligados aos produtos que vende.
A necessidade de espaços menores vai mexer com o mercado imobiliário e facilitar a aparição de pequenos "malls" com 20 ou 30 lojas pequenas e opções de alimentação, uma espécie de micro-shopping. Eles poderão ser instalados em terrenos pequenos, em área aberta, com investimento infinitamente menor que o de um shopping center.
O próprio shopping poderá dividir lojas maiores em duas ou mais menores, acompanhando a tendência de necessidade reduzida de espaço. Com isso poderá ter uma diversidade maior de produtos e serviços, aliados à praça de alimentação, cinema e outras atrações de lazer.
Lojas grandes vão virar galerias com 10 ou 20 lojinhas, que vão faturar mais com a venda online e entrega em casa do que com as físicas no local. A revolução no formato do comércio de rua vai diminuir o fluxo de carros, a necessidade de ônibus e de estacionamentos no centro.
Lojas que terão a maior parte das vendas online, seja via site ou WhatsApp, poderão ser instaladas em qualquer lugar, sem a obrigação de estar no centro ou em bairros com mais comércio. Esta mudança vai impactar no uso do transporte público, já que a tendência será contratar pessoas do próprio bairro.
A menor necessidade de vendedores in-store vai ser compensada com a maior de entregadores, de pessoal qualificado para o controle das vendas online e das entregas. A explosão do delivery vai aumentar as vendas de motos e as oficinas de sua manutenção. Surgirão empresas dedicadas a motoentrega das outras.
As lojas de eletros, eletrônicos e materiais de construção mais espertas vão incluir a instalação no processo de entrega, gerando demanda por profissionais como eletricistas, montadores, instaladores, pedreiros, encanadores e cursos técnicos para enfrentar esta necessidade.
Restaurantes e bares serão exceção. Apesar do reforço no faturamento com delivey, o forte continuará sendo a operação física, que até deve aumentar nos próximos anos devido à demanda psicológica reprimida. As pessoas darão mais valor aos encontros com amigos e a sair para comer fora.
A maior concorrência, com mais lojas no mercado, e a necessidade de firmar no consumidor o costume do delivery vai gerar uma maior demanda por mídia de massa, principalmente o rádio. A consequência será, em pouco tempo, uma "fila de espera" por espaço para anunciar, porque a lei impõe limites de propaganda por hora.
Poucos setores, como padarias, supermercados e frigoríficos, continuarão mais ou menos como hoje. Os outros enfrentação uma mudança radical na maneira de vender e no comportamento do consumidor.
Vai se dar melhor quem entender que a economa de antes não existe mais.
Ela se divide entre AC e DC. Antes e Depois do Coronavirus.
08/05/20
Salvar o Yin sem salvar o Yang
Feche os olhos (depois de ler este parágrafo, claro). Imagine sua cidade sem bares, restaurantes, lanchonetes, farmácias, supermercados, lojas, sinal de celular, acesso á internet, rádio, televisão, feiras, frigoríficos, postos de combustível, escolas, clínicas, hospitais, forncedor de água, coleta de lixo. Dá para viver nela?
A discussão entre "salvar vidas" e "salvar empresas" é uma idiotice. Me lembra o radicalismo verde de exigir que nenhuma folha seja mexida e que tudo fique intocado, mesmo que falte comida para as pessoas. Um colunista imbecil do UOL, por exemplo, postou "Elite vai ao STF mais preocupada com morte de CNPJs do que de CPFs".
O colunista usou, para postar, um PC feito por um CNPJ, a energia elétrica e a internet fornecidas por um CNPJ, em cima de uma mesa vendida por um CNPJ, num apartamento construído por um CNPJ, enquanto comia um lanche com alimentos plantados e vendidos por um CNPJ. Mais tarde vai limpar o cérebro com papel higiênico vendido por um CNPJ.
De onde ele pensa que vem a comida, o papel higiênico, a pasta de dente, os remédios? Será que imagina que brotam do chão? Ele se soma a uma multidão de esquerdistas sedentos apenas de odiar o presidente, eleito pelos brasileiros para executar seu projeto de governo - não o da esquerda.
A ideia por trás da idiotice é a seguinte. O governo deve trabalhar somente para salvar pessoas durante a epidemia, ignorando todas as outras coisas que, por sinal, fazem parte de sua obrigação. Não querem que cuide da economia porque sabem que um país quebrado facilita a volta da esquerda pregando milagres.
Mas não adianta salvar as pessoas do virus se elas não tiverem o que comer em seguida. Vão morrer de fome. Não adianta trancar tudo para salvar os 10% dos infectados que morrem em decorrência do virus se isso significa ameaçar a vida dos outros 90% por falta de remédios, comida, eletricidade, água.
Supermercados e farmácias não se abastecem sozinhos. Crianças não são educadas sem escolas. Lojas de roupa precisam das fábricas, como o cidadão precisa da loja para não andar nú ou em farrapos. A não ser que saiba costurar, mas também não terá onde comprar agulha, linha e tecido se todas as lojas quebrarem.
Existe a fase em que o comércio fechado gera prejuízos e demissões, a atual, mas o governo federal foi exemplar nas medidas que tomou. A perda de empregos e o fechamento de empresas foi imensamente menor do que seria ou do que aconteceu, por exemplo, nos Estados Unidos. Só de desempregados ele já tem 36 milhões a mais que há dois meses.
No Brasil, o adiamento de parcelas de empréstimos, novos empréstimos com garantia do Tesouro, pagamento de parte dos salários pelo Governo Federal, adiamento de impostos, entre outras, foram medidas inteligentes que colocaram o país à frente dos europeus.
O problema é entrar na segunda fase, aquela em que o fechamento das empresas já dura tanto que nem essas medidas são suficientes para evitar a falência da maioria e o desempego em massa. Algo que o ministro Paulo Guedes chama de "desestruturação da economia". Eu chamo de caos.
É a situação em que as empresas que sobraram não conseguem mais produzir o suficiente para a necessidade das pessoas. Quando supermercados ficam com as prateleiras vazias, faltam remédios essenciais, o combustível é racionado, assim como a água e a energia elétrica. É o que acontece na Venezuela, só que lá começou bem antes da pandemia.
A falência em massa gera milhões de pessoas sem dinheiro para as necessidades básicas e menos consumidores, o que gera mais falência e desemprego. A decadência do comércio, da indústria e dos serviços reduz enormemente a arrecadação de impostos, o que leva as prefeituras e estados a também falir.
Com menos dinheiro arrecadado com impostos, nenhum governo poderá pagar Bolsa Família, auxílios e benefícios, manter escolas públicas nem serviços essenciais, consertar estradas, manter a iluminação das ruas, a segurança, o transporte, muito menos o SUS.
Quem trabalha na rua não terá onde almoçar, por falta de restaurantes. Se voce precisar de lâmpada, disjuntor, uma resistência de chuveiro, reparo de torneira, cola, ferramenta, pilhas, um chaveiro para abrir a porta, um encanador, um eletricista, água mineral, gás, absorvente, shampoo, sabonete, seja lá o que for, não vai encontrar.
A discussão sobre salvar CNPJs ou CPFs é idiota porque os dois são uma coisa só. Um CNPJ é formado por CPFs e trabalha para manter a vida dos CPFs. Salvar só um ou outro é não salvar ninguém.
04/05/20
Quem ameçou a democracia foi este
Acho impressionante alguém acusar Bolsonaro de ter "sonhos autoritários". Até aqui ele tem sido muito mais democrático do que Lula, por exemplo, jamais foi. O atual presidente não criou uma só lei ou decreto que atente contra a democracia ou a liberdade de imprensa, mesmo atacado 24h por dia pelos grandes veículos.
São os mesmos veículos (Folha de SP e seu instituto Datafolha, UOL, Globo, Estadão) que ganhavam milhões de reais por mês para diluir os crimes do governo e elogiar suas medidas. Esses veículos chegaram a ignorar atentados claros de Lula contra a liberdade da imprensa, ou seja, sua própria liberdade.
Lula tentou emplacar uma lei criando um órgão para controlar a imprensa, com poder para impedir o jornalista de trabalhar se ele "ofendesse" órgãos do governo, partidos políticos ou políticos. A definição dessa "ofensa" seria dada por um sindicato que é comandado pela esquerda há mais de 40 anos.
Criou conselhos aparelhados para controlar os ministérios quando não estivesse mais no poder, formado por gente de facções como MST, o braço sindical do PT (CUT) e similares. Bolsonaro teve que enfrentar raios e trovões para acabar com essa interferência absurda no Executivo.
Lula queria expulsar um jornalista do país porque não gostou do que ele escreveu (e ele apenas noticiou o que o país inteiro sempre soube, que o petista bebe muito). Só mandava verba de mídia para veículos que o elogiassem ou ignorassem seus crimes.
Bancou com dinheiro público um bando de blogueiros para atacar a oposição. Fazia "coletivas" só com blogs aliados. Dava entrevistas exclusivas só aos veículos submissos a ele. As facções ligadas ao PT e a Lula, como o MST e Via Campesina, praticaram atos violentos sem ser punidos. Chegaram a invadir e depredar o Congresso Nacional.
Os veículos que hoje vêem "atentado contra a democracia" em atos de Bolsonaro ou de seus apoiadores são os mesmos que ignoraram os ataques violentos e a invasão do Congresso, nunca criticaram nem cobraram punição para os marginais que praticaram esses atos.
Se limitavam a dar espaço para esses marginais dizerem que os atos eram "pacíficos", que eram "protestos legítimos" e outras baboseitas que fazem parte da cartilha de discursos da esquerda. Globo, Folha, UOL, Estadão trataram a invasão do Legislativo do país como coisa trivial e normal.
Hoje atuam, diariamente, visando desgastar, sabotar e destituir um presidente eleito por nós, brasileiros, para viabilizar a volta de um presidiário. Se existe um atentado à liberdade de imprensa, vem desta facção da imprensa que não se conforma com a escolha dos eleitores.
Ao transformar intrigas e fofocas em notícia, ao entortar fatos para caber no seu projeto de destituição do presidente, ao ignorar o que realmente importa para o país, ao colocar futricas políticas acima de temas como saúde e educação, ao não cumprir sua função social, este veículos ameaçam a imagem da midia junto à sociedade.
Ameaçando esta imagem, fazem com que muita gente passe a ver a mídia em geral como algo tendencioso e, por isso, descartável. Passe a não enxergar importância suficiente para que ela seja protegida. A partir daí, o perigo para jornalistas e veículos de imprensa se tornará generalizado.
Bolsonaro não ameaça a impresa. A parte militante da imprensa ameaça a imprensa.
Crise pode salvar o varejo local
Quando surgiu, disseram que ela ia acabar com os jornais, rádios, tevês... nada disso aconteceu. Os jornais passaram a atuar online sem perder sua essencia e a internet, ao invés de prejudicar, reforçou o poder do rádio, com atuação local mas abrindo um canal onde o ouvinte também está, além de ampliar seu alcance de local para mundial.
No comércio pode acontecer o mesmo, apesar do atraso enorme. O corona tem potencial para reforçar o varejo local por forçá-lo a adotar a venda online, sob pressão, coisa que o lojista tradicional reluta em fazer desde que o planeta se tornou online. Nestes 20 anos, ele perdeu mais da metade das vendas para as grandes e pequenas lojas online.
Muitas das pequenas se tornaram grandes comendo a fatia do comércio local graças à facilidade de compra pela internet e a cegueira dos donos de lojas físicas. Ao contrário de jornais e rádios, que correram para ocupar seu espaço na rede e, por isso, continuam dominando a audiêcia local, o comércio se recusou a enxergar a mudança.
Faço aqui um paralelo com uma esquisitice que vi nos anos 90, nos Estados Unidos. Fui convidado pela T.M. Express para explicar aos radialistas americanos como aproveitava o material da empresa, que lá era subutilizado. Além da palestra, para vários grupos pequenos, visitei algumas emissoras de Los Angeles e me surpreendi.
O ano era 1995 e a Morena FM usava, há 5 anos, músicas exclusivamente digitais na programação e todos os seus comerciais também eram digitais, há 4 anos. Ao vistiar o estúdio da Kiss FM, então a maior emissora da California, me deparei com casseteiras. Eram equipamentos para tocar as músicas e comerciais em fitas cassette, analógicas.
Meu espanto foi enorme. Os EUA tinham equipamentos digitais para rádio desde 1990 e eu mesmo usava os importados de lá na Morena FM. Todos os americanos já tinha toca-CD em carros e em casa. Então, por que as rádios usavam aquela tecnologia obsoleta?
Os locutores me disseram que não era por dificuldade de adequação, já que todos eles usavam CD em casa e no carro. Falta de dinheiro também não era problema, muito menos dificuldade de encontrar equipamentos adequados. Então, por que os estúdios ainda eram analógicos?
A resposta veio do diretor da emissora e mostra bem a mentalidade comercial dos americanos, aplicada em todos os segmentos: "a audiência e o faturamento até hoje está dentro do previsto, logo, não há nenhum motivo para mudar os equipamentos". A cabeça do lojista físico no Brasil é parecida.
A diferença é que nada continua como o previsto. Desde o aparecimento das primeiras lojas online o comerciante local vem perdendo, todo dia, toda hora, toda semana, boa parte de suas vendas para o e-commerce. Nem dá para calcular quanto cada loja perdeu nestes 20 anos. Mas é uma enormidade.
Há duas décadas o lojista já devia ter seguido a mídia e montado um site vendendo para a própria cidade, porque é o que o consumidor quer. Ele cansou de trocar de roupa, pegar carro ou ônibus, entrar em várias lojas, enfrentar vendedor chato ou ser ignorado, ficar na fila do caixa, voltar para casa, trocar a roupa de novo... para comprar um sapato.
Ou uma geladeira, uma camisa, um mouse, material de escritório, livros, celular, tevê, qualquer coisa. Há mais de 20 anos ele prefere comprar de casa, em poucos minutos, e receber em casa. O ponto fraco do comércio online nacional é o prazo de entrega, único ponto forte que sobrou para o lojista local. Isso e o fato de que fazer compras pode também ser um passeio, especialmente em shoppings.
Somente agora, com a crise do coronavirus, ele entendeu o que devia ter feito há 20 anos. Mas está sendo obrigado a montar loja online às pressas, sem planejamento, sem estratégia. O preço a pagar depois que a crise passar pode ser alto, com um site de vendas estagnadas sem que as físicas se recuperem.
Hoje, montar uma loja online é fácil. Provedores como o Grapiuna.com possuem sistemas de loja online que o próprio dono pode instalar com poucos cliques. Depois de incluir os itens e personalizar o site, a manutenção é mínima. Além disso, todo o processo de pagamento é automatizado com PagSeguro, PayPal ou similares. O que realmente resta é administrar a entrega, em geral com motoboys ou carro da empresa.
Graças a essas facilidades, a associação de e-commerce ABComm estima que 80 mil novas lojas online tenham aparecido de março para cá, no rastro da quarentena e do fechamento do comércio local. Aqui em Itabuna (BA), onde moro, observei várias lojas físicas ganhando canais digitais "nas coxas" para diminuir o prejuízo.
É um bom começo, desde que os lojistas entendam que as vendas online durante a crise só vão se sustentar depois dela se o serviço for bem feito. Dou aqui dois exemplos de lojas físicas de Itabuna que montaram um canal online com qualidade, rapidez, conforto e eficiência.
Um é o de O Boticário, que montou correndo um canal de vendas via WhatsApp do jeito certo, faturando bem para o Dia das Mães. O processo é rápido e a entrega no mesmo dia. Outro é a Papel Pautado, com um site eficiente desde 2017, de navegação confortável, boa variedade de itens, compra rápida e fácil, entrega em uma hora ou quase isso.
São dois exemplos a ser seguidos e que têm qualidade para se manter como canal importante de vendas depois que o comércio for reaberto. A única coisa que falta a eles é divulgação de massa, como no rádio, o meio mais eficiente para promover vendas localmente. Mas fica um alerta.
O rádio é um canhão, que não pode ser usado para matar uma barata. Voce só deve anunciar nele depois de ter certeza de que consegue atender bem a demanda que será gerada por sua propaganda. Se não tem certeza, primeiro reforçe estoque, pessoal e sistema de entrega, para só depois anunciar.