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15/09/13
Apanhando no Facebook
Nos últimos dias apanhei feito no Facebook por causa da Carta ao Leitor sobre a farsa Tupinambá. Devo ter feito algo certo...
Ione Cardoso, sem me conhecer, disse que eu devo ser "neto de colonizador". Ignora que tive uma bisavó índia.
Cinthia Creatini da Rocha afirma que meu artigo é "uma porcaria" e que "é um absurdo que ainda existam pessoas que pensem como ele" (eu, claro). Pelo jeito todos são obrigados a pensar do mesmo jeito e é proibido discordar. Muito democrático...
Flavia Duwe diz que meu texto "presta um enorme desserviço à sociedade e ignora completamente a história e as lutas indígenas no país". Faltou ela explicar que tipo de serviço eu prestaria aos milhares de habitantes da área pretendida como reserva se me calasse, me omitisse.
Flavia confunde lendas com fatos. Não ignoro a história índígena e é exatamente por isso que não posso concordar com uma fraude. Leia livros de história e voce saberá que no sul da Bahia viviam índios Aymorés e Tupis, todos dizimados por Mem de Sá ainda no Brasil colonial.
Eles não tem nenhuma relação tradicional com os que se dizem Tupinambás, que chegaram à região nos anos 80. Segundo a própria antropóloga da Funai, eram 800 em 2008. Pois hoje, com a aberração da autodeclaração, existem 4.700 "índios" na mesma região. É um caso único de reprodução em progressão geométrica.
Seria muito fácil ser cordeiro de rebanho e fingir ter a mesma opinião dos militantes disso ou daquilo. Mas sempre fui franco sobre tudo e prezo minha liberdade, garantida numa coisa chamada Constituição Federal, de ter opinião.
Nelson Rodrigues já alertava que "toda unanimidade é burra". Eu não chego a tanto, mas desconfio de multidões que seguem uma versão sem pensar individualmente, indo na maré, no rebanho. Não tenho vocação para gado.
A Ione, Cinthia e Flávia recomendo que leiam o livro "Terra Calada", apesar de muito chato. Ele nega qualquer ligação dos índios atuais (Tupinambás) com os que habitaram Olivença e o sul da Bahia. Portanto, não há "terra tradiconal" Tupinambá na região. Esta etnia vivia no sul do Rio e norte de São Paulo.
Sabe quem escreveu o livro? Susana Viegas, a antropóloga que depois escreveu o oposto exato no relatório que fez para a Funai.
É por essas coisas que voce deve pensar por sí própria e não seguir cegamente uma multidão ideológica. Paz.