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21/06/19

Educação de africanos

Acho muito triste alguém não saber ler nem escrever e no Brasil ainda são 11,3 milhões. É do tamanho de toda a população da Bélgica. O Nordeste, onde a maioria dos governadores nos últimos 12 anos são do PT & aliados, tem o maior percentual de ignorantes do país, 13,9%. Na Bahia, depois de 12 anos de PT e Topa, são 12,7% de iletrados.

Porém, mais grave ainda é o analfabetismo funcional, de pessoas que puderam estudar mas não entendem texto maior que um bilhete e não conseguem escrever. Entre 2009 e 2018 aumentou de 27% para 29%, o que faz sentido, já que foram ensinadas por professores que tiveram uma formação ruim e "ensinam" seus erros.

Os sucessivos governos petistas, desde 2003, mais voltados à ideologia que ao ensino, afundaram a educação. Em 15 anos, o analfabetismo só caiu 2,5%, mas o funcional subiu 2% e a quantidade de pessoas com nivel adequado caiu 1,7%. Se fizer tudo certo, a situação levará uns 20 anos para ser revertida. Se fizer.

A tragédia nacional está clara nos dados. Nem metade (47%) termina o ensino médio, fundamental para ter emprego, vida plena e capacidade para entender. Dos que completam, só 5% sabem o que deviam em matemática e só 10% em português. Saem ignorantes.

A média de anos de estudo é de 9,3 anos, chegando a 10 no sudeste. Não é tão ruim (na Europa é de 13 anos). O problema é a qualidade destes 9,3 anos, muito inferior ao que deveria. Não adiante estudar muito mas estudar mal. Não adianta ensinar muito mas ensinar errado. Claro que a média do NE, 7,9%, é pior.

É importante notar que a queda do analfabetismo não se deu só porque ampliaram o número de alunos na educação fundamental, mas porque boa parte dos analfabetos mais velhos morreu neste período, levando a taxa para baixo.

Apesar de ser o principal motivo, a ideologização das aulas não é o único. A situação dos professores tem influência. Por exemplo, em uma aula típica, só 67% do tempo é usado para ensinar. O resto é gasto em tarefas burocráticas, como fazer a chamada, e mantendo a ordem na sala,

Já existe tecnologia para que a chamada seja feita por NFID, automaticamente quando o aluno entra na sala.

Mas solução para a indisciplina na sala depende, primeiro, da família ensinar aos filhos que professor se respeita e é soberano na escola.

A média de tempo de ensino em cada aula nos 48 países da OCDE é de 78%, com vários em 90%. Atrás do Brasil, só os professores da África do Sul e da Arábia Saudita gastam mais tempo sem ensinar.

Falta também ao professor brasileiro tempo pago para a preparação da aula, hoje feita no que deveria ser seu tempo livre de lazer.

Muitas vezes ele sequer prepara a aula, seja por cansaço ou absoluta falta de tempo quando obrigado a dar aulas em mais de uma escola.

Uma revelação do Pnad que incomoda é o que acontece com os 47,3 milhões de jovens de 15 a 29 anos. Desses, 13,5% trabalham e estudam ao mesmo tempo, 28,6% só estudam (o que deveria ser a regra) e 34,9% só trabalham, sem chance de adquirir conhecimento. Já 23% nem estudam nem trabalham.

Dentro destes 23% existe ainda diferença entre homens e mulheres. 28,4% delas não estudam, tampouco trabalham, enquanto nos homens esse percentual é bem menor, 17,6%. Segundo quem fez a pesquisa, muitas garotas fazem trabalho doméstico ou cuidam de idosos em casa (23,3%).

Até os 18 anos as pessoas deviam só estudar, garantindo um bom conhecimento para outras etapas da vida. Daí até o fim da faculdade, poderiam ter uma atividade de meio período que desse alguma renda sem atrapalhar o curso universitário. É assim nos países mais desenvolvidos, onde existe na sociedade o respeito por ganhar conhecimento.

O Brasil tem tecnologia de ponta, a maior cobertura de saúde do mundo, algumas das melhores empresas, mas nenhum Nobel. Porque, para ganhar um, precisa ter educação também de ponta, com alto investimento em pesquisa e universidades que incentivem a experiência, não a ideologia.

Na educação, estamos bem longe da excelência. Temos vida da idade média.

Posted by at 5:14 PM
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