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18/12/19
Rede social não aumenta sua venda
Há uma ilusão com a internet do ponto de vista de comunicação para vendas de lojas offline. Enquanto ela é muito eficaz para quem vende online, dá pouco resultado para as lojas tradicionais, porque nestes casos ela se torna uma publicidade como as outras, voltada apenas para exibir as ofertas, mas exigindo uma ação offline.
Um banner de loja online provoca o clique que leva direto à página do produto, facilitando a venda. É uma publicidade que pode resultar numa venda sem que o consumidor tenha que ser atingido maciçamente pela propaganda, como no mundo offline.
Mesmo assim, só 1,2% das pessoas clicam em um banner, o que significa que é preciso uma exposição permanente, 24h por dia, 365 dias por ano, para gerar cliques suficientes para valer a pena. Se o banner online é a melhor ferramenta para uma loja online, no caso das offline é desperdício.
Vou dar um exemplo com Itabuna, Bahia. Dos 220 mil habitantes, menos da metade possui internet. Vamos arredondar para 100 mil para facilitar os cálculos. Destas, segundo estudos nacionais, 70% usam a internet só para WhatsApp, Facebook, Instagram e Youtube, a maioria em um celular. São 70 mil.
30% também visitam paginas e blogs de notícias, entretenimento, etc, o que dá 30 mil pessoas. Se um site for referência em sua área, como A Região no sul da Bahia ou o Bocão News em Salvador, pode ser visitado por uns 10% desse público (só estou me referindo ao local, que pode comprar no comércio de rua). São 3 mil.
Este é o problema da propaganda online usada para o comércio de rua que não vende online. A propaganda tem a função de fazer sua empresa ser lembrada e levar o cliente até ela. Para isso é fundamental ter bom argumento, anunciar em veículo adequado, o ano todo, e massificar a mensagem. São princípios básicos.
O problema é que é impossível usar a internet para massificar a mensagem de uma empresa que só vende na loja física. Não importa se o site atinge milhões de pessoas e sim quantas são da cidade onde a loja está. E não se massifica nada com 3 mil pessoas.
Aqui ainda é preciso lembrar que seu banner precisa chamar a atenção. Se ele estiver no meio de uma massa de anúncios, como muitos blogs fazem, isso não vai acontecer.
A falta de massificação, em especial nas horas em que o comércio está aberto, é um dos motivos, talvez o principal, que estão levando as grande empresas de volta à mídia tradicional, em especial ao rádio, que viu sua procura aumentar 30% nos EUA nos últimos meses.
Ainda usando Itabuna como exemplo, o rádio atinge de 30 mil a 100 mil pessoas da cidade por dia, e mesmo a emissora com menos audiência atinge 10 vezes mais consumidores locais por dia que o site mais lido da região. Qualquer rádio dá resultados centenas de vezes maiores que qualquer anúncio, em qualquer site.
Um outro motivo que está levando as grandes empresas de volta ao rádio foi o resultado de pesquisas feitas, tanto por elas quanto por consultorias, mostrando que anunciar no Facebook, por exemplo, atrai milhões de visualizações e likes, mas não gera vendas.
O resultado financeiro delas não aumentou com a internet e, nos casos em que se tirou dinheiro da midia tradicional para colocar na online, a venda passou a cair. Isso nos EUA, onde literalmente 100% tem internet banda larga em todas as cidades e lugarejos. Imagine aqui.
Na Bahia, só 54,8% tem internet, um percentual que é puxado para cima por Salvador (78,5%), o que mostra que no interior este índice é ainda menor. A internet é uma boa ferramenta e precisa ser usada mesmo por negócios offline, mas de forma inteligente, adequada e conhecendo seus limites.
Se não serve para gerar vendas, ela funciona muito bem para manter um relacionamento estreito com os clientes, usando WhatsApp, Instagram e Facebook para divulgar ofertas e novos produtos, ouvir sugestões e reclamações, fazer promoções que façam a pessoa ir até a loja. Desde que voce cadastre todo mundo.
Também é importante manter um site com todas as informações da empresa. O objetivo aqui não é conquistar clientes e sim facilitar a busca por informações, além de abrir um canal de comunicação. Dou como exemplo o site morenafm.com, onde uma empresa de São Paulo, por exemplo, pode saber tudo sobre a rádio.
Foi através do site que muitas agências de propaganda, empresas e artistas descobriram a Morena FM, passando depois a anunciar nela ou a enviar suas músicas. Mas, como tudo em comunicação, tenha a certeza de que o site, o banner, o spot de rádio ou qualquer outra ação seja criada por profissionais.
Nada joga mais dinheiro fora que a propaganda errada no veículo errado, mas a propaganda errada no veículo certo também tem o prejuízo como resultado. A receita é até simples: massifique e atraia o público local com propaganda em rádio. Inicie um relacionamento longo com o cliente via internet.