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04/02/20
Violência na Alba vem de longe
A Bahia viveu mais um dia de vergonha nacional na sexta-feira, 31 de janeiro. Teve a Assembleia Legislativa invadida por manifestantes ligados a sindicados comandados pelo PCdoB e pelo PT do governador Rui Costa, que amargou uma dose do próprio remédio. Ou melhor, do remédio que o PT sempre impõs contra adversários.
Os marginais que invadiram a Alba, entre eles servidores e policiais armados, jogaram ovo nos deputados da base governista, inclusive no presidente da Casa, Nélson Leal. Depois ocuparam as cadeiras do plenário. Um deles sacou uma arma e apontou para a cabeça do deputado Alan Sanches (DEM).
Um segundo agrediu fisicamente o deputado Paulo Câmara (PSD). Outros deputados e manifestantes saíram no soco, numa pancadaria que ganhou vídeos espalhados pela internet. O sujeito que sacou a arma é um agente penitenciário, que deveria ser imediatamente suspenso e preso preventivamente. Não foi.
Nélson Leal, que passou por quatro partidos e hoje está no PP, aliado do PT, afirmou que nunca tinha visto um protesto selvagem como este, "em nenhum Parlamento do mundo". Parece que ele esqueceu do histórico de invasóes violentas praticadas pelo grupo que apoia.
Em junho de 2006 o MLST, de Bruno Maranhão, da executiva nacional do PT e amigo do então presidente (e hoje corrupto condenado) Lula, invadiu e depredou todo o prédio do Cogresso Nacional, destruiu equipamentos, quebrou portas e até virou um carro. O PT não condenou, nem Lula.
Em setembro de 2013, militantes da CUT, braço sindical do PT, tentaram invadir a Câmara dos Deputados contra a terceirização. Jogaram garrafas e pedras nos policiais da guarda legislativa, que teve que usar spray de pimenta para conter os arruaceiros.
Em abril de 2017, policiais filiados aos sindicatos comandados pelo PT e PCdoB tentaram invadir o Congresso, armados, contra a reforma da Previdência do então presidente Michel Temer. Quebraram portas de vidro e só foram contidos com gás lacrimogêneo.
Em julho de 2017, durante a votação da reforma trabalhista, cinco senadoras do grupo do PT impediram o presidente do Senado de ocupar seu posto e tomaram as cadeiras da Mesa Diretora. O bando era liderado pela atual presidente do PT Gleisi Hoffmann (ré por corrupção).
Ele era formado pelas senadoras Lídice da Mata (PSB-BA), Kátia Abreu (PMDB), Vanessa Grazziotin (PCdoB) e as petistas Fátima Bezerra e Regina Sousa. Houve outras invasões, tentativas e arruaças promovidas pelo PT e seus braços "sociais" e seria improdutivo ficar citando todas.
O ponto é que o PT passou décadas pregando os protestos violentos, as ocupações, as invasões, o confronto físico ao invés do de ideias. O próprio Lula sempre usou o discurso do ódio, da guerra entre classes, do "nós contra eles", do "pobre contra as 'zelite'", do PT contra "os burgueses", "o imperialismo", etc.
Sob a omissão dos governos de Lula e Dilma, o MST passou a ser um grupo armado e criou células secundárias, como o MLST, o MTST, a Via Campesina e muitas outras, todas sem existência legal, mas recebendo verbas do governo federal através de laranjas.
Hoje, o governador Rui Costa que, assim como Wagner, sempre foi mais ponderado e equilibrado que a manada petista ou o chefe do rebanho, sofre na pele a violência que seu partido criou na sociedade. Wagner e Rui, que já sofreram protestos violentos, pagam pelos pecados do PT.
E por sua omissão nos anos em que isso foi crescendo.
Rui, como pessoa, tem moral para condenar a violência dos protestos e a invasão da Alba. Mas como petista é tão culpado quanto Lula e José Dirceu, que implantaram o que reza a cartilha de dominação comunista do italiano Antonio Gramsci.
Ele e Wagner viram tudo sendo feito mas se calaram e permitiram.
Omissão também é crime.