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10/03/20

Suzy e a inversão dos valores

Nesta semana a internet pegou fogo com o caso do transsexual consolado pelo médico Dráuzio Varela em um quadro do Fantástico, da tevê Globo. Mesmo tendo uma audiência pequena hoje em dia, o programa ganhou repercussão nacional justamente pelos comentários online.

No quadro, Varela entrevistou Rafael Tadeu dos Santos, a "Suzy". Em certo momento, ele conta que há 8 anos não recebe uma visita nem uma carta. Varela comenta "solidão, né, minha filha?" e dá um abraço em Suzy. A cena, como foi montada para ser, comoveu muita gente.

Nos dias seguintes, o presidiário recebeu cartas, inclusive de crianças, bombons e presentes. Mas aí, a mesma internet que ampliou o efeito do Fantástico revelou a informação que a Globo sonegou. Rafaeu Tadeu está preso porque estuprou e matou um menino de apenas 9 anos.

O monstro, transformado em vítima na tevê, forçou a criança a fazer sexo oral e anal. Em seguida o matou por estrangulamento. Passeou por dois dias, enquanto a família do menino o procurava, desesperada. Voltou, enrolou o corpo num lençol e jogou na rua.

A reação da internet foi instantânea, com milhares de pessoas criticando Varela e a Globo. Gente da esquerda, que adora inverter as coisas usando artifícios, disse que as pessoas estavam criticando porque Varela "deu um abraço em um transsexual".

Não, as pessoas ficaram indignadas foi com a tentativa de transformar um monstro em vítima e pela Globo sonegar ao telespectador, de propósito, a informação que revelava quem o "coitadinho" realmente era. Some a isso o fato de, mais uma vez, se valorizar quem comete o crime e ignorar a vítima.

A Rede TV mostrou como o jornalismo deve ser, entrevistando a mãe da criança, indignada com o quadro do Fantástico e com a vitimização do bandido. A tv lembrou que há 10 anos ela não pode abraçar o filho morto por "Suzy" e o repórter a abraçou em nome de todos que se ofenderam com o abraço de Varela.

Dráuzio Varela e a Globo tentaram se explicar, mas as notas que soltaram são quase uma afonta à sociedade, seja pela aparência de pouco caso com a indignação das pessoas, seja por apenas confirmar o que fizeram. Varela alegou que não perguntou sobre os crimes de "Suzy" porque "é médico e não juiz".

Em primeiro lugar, a partir do momento em que comanda um quadro na tv, ele não é nem médico nem juiz, e sim apresentador. Nesta função, tem a mesma responsabilidade de um jornalista, de mostrar todas as informações ao telespectador, mesmo que apresente no final uma opinião pessoal.

Além disso, médico atuante em presídios há mais de 20 anos, como ele mesmo ressalta na nota, Varela com certeza sabia da ficha de "Suzy" e não entrevistaria ele sem saber. Aliás, qualquer pessoa com meio cérebro saberia que ninguém cumprindo tantos anos de cadeia estaria lá por cometer um crime leve.

A nota da Globo, lida no Jornal Nacional, foi pior. Foi torpe. Em nenhum momento pediu desculpas à sociedade nem à família da criança estuprada e assassinada por "Suzy", sequer a citou. Depois, justificou dizendo que "os crimes das entrevistadas não foram divulgados porque este não era o objetivo".

Pelo menos isso é verdade. O objetivo era vitimizar e criar simpatia para um estuprador e assassino de criança, dentro de um projeto da esquerda que vem sendo desenvolvido desde os anos 90. Basta assistir o noticiário da Globo ou ler jornais como a Folha de São Paulo e o Estadão.

O bandido sempre tem espaço para se manifestar, o tempo todo colocado como uma vítima da sociedade, levada ao crime porque não lhe deram a mesma chance das outras pessoas. Se for negro ou gay, não teve chances por causa do racismo ou da homofobia.

Como se não existissem milhões de negros e gays bem sucedidos. Como se não existissem milhões de pessoas que nasceram pobre, mas estudaram, trabalharam e venceram na vida. Como se bandido deixasse de ser bandido porque é negro ou gay.

Globo e Varela sabiam o que estavam fazendo e não se arrependem disso.

A questão é porque alguém ainda assiste.

Posted by at 10:58 AM
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