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Sobre carros e abusos

     Por que um Vectra GLS custa no Brasil bem mais que um equivalente nos Estados Unidos?
     O Vectra GLS 2.2 com certos opcionais custa R$44.698 (US$23.649). Um Oldsmobile Alero GL motor 2.4 DOHC, com os mesmos 'opcionais' (lá vem de fábrica), mais controle de velocidade e tomadas externas de eletricidade, custa US$18.570 preço de venda. Diferença de US$5.079.
     Duas Blazer iguais, equipadas com a mesma coisa, custam US$31.563 no Brasil e US$19.520 nos Estados Unidos. Diferença de US$12.043, suficiente pra outro carro. Por que?
     A carga tributária, ao contrário do que querem fazer crer as montadoras, é quase igual entre os dois paíes. Nossa mão-de-obra é muito (bote muito nisso) mais barata.
     Um dos bons serviços que o ex-presidente Fernando Collor prestou ao Brasil (antes das trapalhadas finais) foi dizer em alto e bom som que nossos carros são 'carroças' (continuam sendo carroças se comparados aos modelos equivalentes lá de fora) e abrir a importação de carros usados.
     Se esta importação estivesse ainda liberada os preços dos carros nacionais com certeza seriam outros, muito mais baixos. Aliás, especulo que Collor foi derrubado pelos carteis dos automóveis, cimento e medicamentos.
     Uma coisa que corrobora esta hipótese é o fato de que as três primeiras medidas tomadas por Itamar Franco foram: re-proibir a importação de carros, re-proibir a importação de cimento (o de fora custava R$4 no varejo) e re-proibir a importação de medicamentos.
     Depois veio a piada do 'carro popular', que em apenas seis anos teve seu preço aumentado dos R$6 mil iniciais para os R$15 mil atuais. Note-se que a maior parte do aumento se deu logo nos primeiros três anos. Mais uma fraude política na história nacional.
     Quem já alugou carro nos Estados Unidos sabe bem a diferença. Lá se aluga um Toyota Corolla com ar, automático, todo equipado, com menos de 2 mil km rodados por US$150 a semana (quilometragem livre). Aqui se aluga um Fiat Uno com 70 mil km rodados, sem ar nem qualquer opcional, por US$30 ao dia (US$210 por semana). Chega a dar vergonha quando vejo um pobre turista americano no balcão de uma locadora nacional.
     Uma coisa incrível é a chantagem feita pelas montadoras, de demitir 'um batalhão de gente' se não puderem vender seus carros pelos preços que quiserem.
     Pois que demitam. Chega de chantagem. A quebra do cartel poderia servir de incentivo para o aparecimento de novas e pequenas montadoras, fabricando carros diferentes. Também geraria emprego nas concessionárias, hoje abafadas pelas práticas predatórias das montadoras. Dezenas já fecharam as portas nos últimos anos.
     A minha cidade, Itabuna (190 mil habitantes, centro financeiro do sul da Bahia), já teve sete concessionárias. Perdeu duas Volks (hoje não tem nenhuma da marca), uma Ford, uma GM. Foram mais de 600 empregos diretos e o mesmo se repete país afora.
     Com a importação liberada, inclusive de carros usados, os preços cairiam o suficiente para que uma nova parcela da sociedade tivesse acesso a um carro. Isto gera empregos, traz impostos, amplia a rede de postos, induz ao aparecimento de centenas de pequenas empresas dedicadas a peças, acessórios e manutenção de carros importados.
     Com o tempo as fábricas acabam construindo unidades no país para facilitar suas vendas. Foi assim nos Estados Unidos, que abriu a importação de carros japoneses, hoje dominantes no mercado mas com várias fábricas por lá.
     A grita nacionalista de que 'estão entregando o país ao capital estrangeiro', sempre aplicada quando se fala em importar carros, só beneficia uma pequena elite de operários do ABC paulista, enquanto prejudica o resto dos brasileiros.
     O que importa não é a nacionalidade do capital, e sim o que ele gera de empregos e riquezas no Brasil. Se é nacional, ótimo. Se for estrangeiro, ótimo também. Nenhum americano ficou menos nacionalista só porque dirige um Honda.

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