13/06/22

Semente ruim dá árvore ruim

"É de pequeno que se torce o pepino", dizia uma de minhas avós. Nunca entendi o lance do pepino torto, mas seu sentido é claro. Todo adulto começa a ser formado na infância e o que ele vive nesta fase influencia todo o resto. Nunca duvidei disso e tive sorte na minha.

Tive uma infância cercada de gibis e livros infantis, o que me tornou um leitor ávido e um acumulador de conhecimento. Não éramos ricos, por isso tive a sorte de "inventar" muitos brinquedos. Um dos meu favoritos era o submarino feito com embalagem de Q-Boa.

Outro era usar velas de carro como "canhões" em cima de um tanque de guerra também feito com aquela embalagem ou uma lata de óleo. Isso soltou minha imaginação, alimentou a criatividade e a capacidade de encontrar soluções onde não existe nenhuma aparente .

No século seguinte virei pai e consegui dar a minha filha uma educação de pré-escola fantástica na brinquedoteca Keka, de "tia Márcia", que preparou ela para a vida, ajudou a formar caráter, iniciativa, amor às artes e à leitura, criatividade e trabalho em grupo.

Junto com a escola Arco Íris, de "tia Suzane" e a Clave de Sol, de "tia Mariângela", Kira teve a melhor educação que alguém pode querer na minha cidade, Itabuna, tão boa quanto as melhores das capitais. Ela deu sorte. Podia ter acabado numa das escolas que deformam ao invés de formar.

Um estudo da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV) em 1.800 escolas de 12 cidades, mostrou que ainda existem armadilhas na educação infantil. Foram 3.467 turmas, 1.683 de creche e 1.784 de pré-escola, em 1.807 escolas municipais. E o resultado preocupa.

Somente 10% das turmas dão às crianças acesso livre aos livros. Mais da metade delas não tem qualquer tipo de atividade de leitura ou contação de histórias. Os livros estão lá, mas é como se não existissem. São apenas enfeites na parede e ítens do orçamento.

Como uma criança pode se desenvolver sem ler? Como pode entrar no mundo da imaginação para vivenciar experiências, histórias, exemplos que preparam para a vida, conhecimento? Criança que não lê, não escreve ou escreve mal. E entende pior ainda.

Crescem para virar adultos incapazes de analisar uma situação a fundo, de entender as consequencias, por exemplo, da corrupção desenfreada do PT entre 2003 e 2016. Não sabem como identificar e evitar perigos. Não entendem o telejornal, não tem cultura.

O estudo mostra outro problema grave. Cerca de 67% das turmas não tinham nenhuma experiencia com a natureza. Nada. Crianças de zona urbana que nunca viram uma galinha ou um boi, nunca pisaram em lama e grama, nunca entraram num rio, comeram uma fruta no pé.

Em 27% das turmas as crianças também não tinham atividades com teatro, música ou dança. Aqui se mata a sensibilidade e o bom gosto. Música, teatro, dança, são fundamentais para o equilíbrio emocional e físico, ajudam na coordenação motora, tiram a inibição, ensinam qualidade.

O relatório do estudo lembra que "a educação infantil é uma das etapas mais importantes da educação justamente porque é quando se constroem alicerces para o desenvolvimento do ser humano, tanto em termos pedagógicos, cognitivos, quanto das relações emocionais e sociais".

A educação infantil é uma semente. Se for boa, dá árvore boa. Se for ruim, dá erva daninha. Ela devia ser federalizada para ter um padrão de qualidade, aliado à inclusão de temas e cultura próprios do município, para que seja completa.

Já passou da hora de deixar de lado a tara por universidades, que hoje se tornaram tão banais que um diploma não significa mais nada, não garante conhecimento nem competência. É hora de olhar para o início de tudo, para a educação infantil. E construir o futuro a partir dela.

Posted at 5:37 PM


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35 anos não são 35 minutos

No começo era o verbo. E o substantivo. E a ousadia de usar os adjetivos.

Há 35 anos, em 19 de abril de 1987, nascia um jornal disposto a revolucionar a maneira como a imprensa era feita no sul da Bahia. Nascia com conceito inédito de ser independente, de nunca receber dinheiro para mudar uma matéria ou disfarçar a realidade.

Um jornal com duas características únicas no interior da Bahia: a coragem de enfrentar gente poderosa em nome de uma população sem voz, e uma alma investigativa que causou inúmeros terremotos em terras grapiunas, derrubando mitos e rachando muralhas.

Era a primeira fase de quatro, como enxergo essa história incrível.

A primeira trouxe as inovações no formato, com um layout moderno e inovações como acabar com o lide e ligar os títulos diretamente ao texto, além de um espaço mais generoso para as fotos. No texto, a união da qualidade acadêmica de Hélio Pólvora com o isqueiro aceso do destemor de Manoel Leal.

As reportagens tinham uma qualidade de capital, embaladas por um time que tinha gente como Daniel Thame e Vilma Medina, mais o fotógrado Sabino Primitivo, além dos textos de Hélio, ex-editorialista do Jornal do Brasil. O jornal foi um sucesso imediato, influenciando o jornalismo dos outros veículos do sul da Bahia.

Nesta primeira fase, em dois meses o único concorrente de A Região era o forte A Tarde, de Salvador, em boa parte graças à sua sucursal de Itabuna e ao Caderno dos Municípios. AR ganhava na maioria dos públicos, mas perdia no de ensino superior e entre os mais velhos.

Isso mudou quando tentaram, inutilmente, transformar o A Tarde num jornal nacional, diminuindo a quase nada o espaço para assuntos do interior baiano, trocados pelos nacionais que inúmeras outras fontes já supriam. O sumiço de A Tarde no interior levou à segunda fase.

Nesta, A Região reinava tão sozinho que chegava a incomodar. Tinha mais leitores que todos os outros jornais somados, os daqui e os de fora. A falta de concorrência obrigava a equipe a se policiar para não cair na preguiça. Para o leitor, nada mudou. A Região chegava todo sábado para tremer o chão.

Foram os melhores anos do jornal, incluindo sua entrada na internet em 1996, segundo jornal do estado a ter um website, atrás apenas de A Tarde, por poucas semanas. Naquela época, o site trazia apenas as manchetes e os artigos assinados. Isso mudou na terceira fase.

Esta é que mais mudanças promoveu no jornal e a mais sofrida. Não estou falando aqui da perseguição dos políticos corruptos que AR denunciava, do bloqueio de anúncios de prefeituras e do estado ou da pressão para que empresas não anunciassem nele.

O sofrimento foi gestado numa matéria espetacular, revelando o pagamento de propina por parte do então prefeito, Fernando Gomes, ao delegado Gilson Prata, de Salvador, para perseguir integrantes do governo anterior, humilhando-os com prisões no meio da rua e exposição com algemas.

A matéria acabou com a chance de Prata ser o novo secretário de Segurança, cargo que estava garantido até então. Prejudicou imensamente os planos do prefeito, já muito estressado por anos de denúncias de A Região sobre sua gestão. A matéria saiu no meio de dezembro de 1996.

Um mês depois, no dia 14 de janeiro de 1997, o fundador e alma do jornal, Manoel Leal, era assassinado numa emboscada montada por três homens. Um deles era Monzar Brasil, policial da equipe de Prata que fora denunciado com ele pelo jornal.

Outro Marcone Sarmento, funcionário de Maria Alice Araújo, por sua vez braço direito e esquerdo do prefeito Fernando Gomes. Depois de muitos anos e uma luta gigantesca junto a entidades nacionais e internacionais, os dois foram condenados. Até hoje não se investigou quem foram os mandantes, apesar de óbvios.

O assassinato de meu pai levou o jornal para a terceira fase, a de sobreviver sem ele, sem sua alma. Muita gente me aconselhou a fechar, até para não arriscar minha vida. Sabotado pelos políticos, o jornal também não tinha como se sustentar sozinho, outra razão para encerrar sua história aos 10 anos.

Mas como fechar e dar aos mandantes a vitória final? Nem pensar. Eu e a equipe, Daniel Thame à frente, depois Luiz Conceição, passamos a fazer de tudo para manter o jornal vivo. Ele foi fundamental na luta para levar os assassinos a juri, para obrigar o estado a reconhecer sua responsabilidade.

Nesta fase, A Região criou inovações que só muito depois seriam adotadas por jornais ao redor do mundo, como o trabalho remoto, através da internet, entre repórteres, editores, diagramadores e impressores, que passamos a ter como padrão em 2000.

Outra inovação foi fazer textos de qualidade, porém mais objetivos, enxutos, em linguagem direta e curtos, acompanhando o que prevíamos que seria o padrão online, com leitores sem paciencia para textos longos e complexos, apressados pela tecnologia. Também aumentamos o tamanho das letras, visando os mais velhos.

Ainda pensando na internet e seu papel na história dos jornais, antecipamos em mais de 10 anos o que os outros fariam mais tarde, mantendo uma edição impressa com o resumo da semana e matérias mais analíticas, enquanto a versão online é atualizada diariamente.

Nesta fase conseguimos fazer história na Copa do Mundo no Brasil, publicando num jornal de interior as colunas dos maiores articulistas de futebol do país: Juca Kfoury, PVC e Tostão, além de matérias especiais sobre o torneio e os torcedores locais.

Conseguimos ainda uma das colunas de política nacional mais respeitadas e influentes, a do jornalista de Brasília Cláudio Humberto. Mais tarde, na fase seguinte, também trouxemos a de Carlos Brickmann, outra lenda viva do jornalismo brasileiro.

E veio a quarta e atual fase.

Como não poderia deixar de ser, perseguido financeiramente, aos poucos A Região teve que abrir mão de seus jornalistas, cortar despesas e enxugar os custos. Se por um lado A Região se tornou a maior referência de notícias do sul da Bahia na internet, por outro passou a ter dificuldades para sair impresso.

Tudo ficou pior com a "pandemia Dilma", causadora da maior recessão da história do Brasil, mas continuamos lutando. Quando as coisas começavam a melhorar, ao longo de 2019, chega a pandemia da Covid e as medidas absurdas tomadas pelo governador Rui Costa e os prefeitos.

Hoje, A Região continua fazendo o melhor jornalismo possível, talvez o único de forma independente, sem rabo preso com ninguém - apenas com o leitor. A edição impressa continua, mas não mantém mais a regularidade de sair todo sábado. Às vezes, temos que pular...

Na internet, A Região continua crescendo todos os dias, ganhando leitores fieis em mais de 50 países e todos os estados. É a principal referência de notícias do sul da Bahia mas, nos últimos anos, empurrado por seus leitores, ampliou o noticiário sobre o resto da Bahia e a cena nacional, aumentando seus leitores fora daqui.

O diferencial continua sendo a qualidade dos textos, a independência, o desprezo por press-releases de badalação sem conteúdo, a resiliência diante das dificuldades, a coragem para futucar feridas abertas, a defesa da população diante dos poderosos.

Na parte editorial, o diferencial é a Malha Fina, que continua jogando ácido em quem merece, com participação espírita de meu pai que, não tenho dúvida, inspira boa parte das notas. Algumas só podem ter vindo dele...

Posted at 5:24 PM


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25/03/22

Os russos não invadiram ninguém

Uma guerra não faz vítimas apenas de carne e osso. Ela também prejudica a cultura de um país e todos que se beneficiam dela no resto do mundo. É uma reação comum da população diante de uma agressão, mas ao mesmo tempo é uma reação burra e injusta, coisa de ignorantes.

Na segunda guerra mundial, os Estados Unidos montaram campos de concentração, onde prenderam todas as famílias de japoneses e alemães ou seus descendentes, gente que nada tinha a ver com o conflito e que se considerava mais americana que estrangeira.

Milhares de famílias foram presas como criminosos e passaram a viver em barracas, usando banheiro comunitário, comendo ração de baixa qualidade, passando frio e tendo cada passo vigiado por soldados que, muitas vezes, cometeram abusos contra idosos, mulheres e crianças.

Parece que o mundo não aprendeu nada.

Agora, com a invasão da Ucrânia, grupos em vários países pregam o boicote não a Putin, mas à cultura russa. Nada mais imbecil e injusto. Já cancelaram palestras sobre o escritor Fiódor Dostoiévski, como se ele tivesse culpa das loucuras do Putinho. Logo ele, que foi preso durante outra ditadura disfarçada, de Nicolkau I.

Existem campanhas para banir o strogonoff dos cardápios de restaurantes, a vodka e o caviar dos supermercados. Mestres da música clássica e do ballet, os russos hoje vêem o ocidente rejeitando sua música e sua dança como se fossem criadas pelo Putin em pessoa.

Povo hospitaleiro, que adora agradar o visitante, os russos foram fundamentais para derrotar Adolf Hitler na segunda guerra, acabando com seu exército na fronteira. Mas hoje existem russos recebendo mensagens de que "deviam ter morrido na segunda guerra".

Foi o caso do advogado Danilo Kozemekin, brasileiro neto de russos. Danilo contou à Agência Brasil que foram deixadas mensagens em sua caixa postal com referências nazistas. “Diziam que nós merecíamos ter morrido na segunda guerra mundial”. Não é só injustiça, mas ingratidão pelo papel da Russia na guerra.

Depois da segunda guerra, os americanos fizeram uma lavagem cerebral no resto do mundo, aproveitando sua supremacia na cultura (filmes, tv, livros) para pintar a Russia como o lado mau, o bandido, sempre disposto a destruir o mundo, quando na verdade ajudaram a salvá-lo de Hitler.

Se voce não sabe, aqui vão algumas características do povo russo. Adoram receber visitas, quando visitam sempre levam um agrado, acreditam em superstições, apreciam as amizades, gostam de conversar, contam muitas piadas, valorizam as mulheres e são cavalheiros sempre. Como eu e voce.

Entenda que o strogonoff, a vodka, as tenistas, os jogadores, os atletas, os escritores, os músicos, os dançarinos, o povo da Russia, não invadiram ninguém, não atacaram ninguém. A maioria do povo Russo é contra qualquer tipo de guerra, porque é sempre ele que sofre as consequências.

Os russos que vivem no Brasil são gente boa, honesta, amiga, nunca agrediram ninguém. A cultura russa é rica e pacífica. Quem está invadindo a Ucrânia e matando pessoas é Putin. Nem mesmo os soldados podem ser culpados, porque a pena para a desobediência por lá é a prisão perpétua ou a prisão. Dele e sua família.

Se quiser culpar alguém, rejeitar alguém, odiar alguém, boicotar alguém, que seja Putin. Os russos não merecem este tratamento e, se voce acha que sim, não é melhor do que o próprio Putin.

Este tipo de injustiça me cansa. Hoje vou comer strogonoff para marcar posição.

Posted at 8:09 PM


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24/12/21

Uma lembrança de Natal

A casa, na Vila Maria, bairro classe média de São Paulo, estava cheia de crianças correndo de um lado para o outro, excitadas com a data.

Na cozinha, de onde exalava um cheiro forte de peru assado, um grupo de mulheres conversava animadamente, sobre filhos e netos.

Na sala, os homens falavam de futebol, política e economia, em meio a muitas piadas e histórias engraçadas dos amigos.

O destaque era uma árvore de Natal super decorada e cheia de presentes em baixo, das tias (meias e cuecas), das avós (roupa) e pais (brinquedos).

No quintal, a criançada se divertia em brincadeiras de pique e esconde-esconde, ou jogava bocha no campo feito por meu avô ao lado do pomar.

Eram uns 15 primos, mais as tias, avós, pais e os amigos que apareciam para bater um papo antes de ir para casa.

A casa, de minha avó, tinha decoração de Natal por toda parte, mas o lugar favorito da criançada era o quintal, com pés de jabuticaba e manga.

Era assim o Natal de minha família, comandado por minha sempre sorridente “vó Nêna”, na minha infância.

A mesa, fartíssima, tinha o tradicional peru, mas também exibia presunto defumado, pães de vários tipos, bolos variados, massa feita por ela mesma, passas, nozes, castanhas, um delicioso panetone caseiro.

A bebida dos mais velhos era vinho, de qualidade, que era guardado numa cristaleira bem antiga, e muita cerveja. A nossa, suco e tubaína.

As brincadeiras acabavam por volta das 20h, quando todos partiam para a comilança, em uma mesa enorme, onde cabia quase todo mundo.

Depois era a espera pela meia noite, quando os adultos iam assistir a Missa do Galo e as crianças se jogariam sobre os presentes que, enfim, podiam ser abertos e curtidos.

Com 15 primos e muitas tias, imagine a montanha de pacotes sob a árvore.

Os brinquedos entravam em ação imediatamente. Já as roupas eram ignoradas, depois de um “obrigado” meio amarelo a quem deu...

Uma coisa bacana era que muitos vinham de longe para esta reunião anual.

Além da gente, que ia da Bahia, tinha a família de meu tio Heitor, vinda de Santos e de meu tio Nine, que morou em vários estados.

Era festa de reencontro.

O Natal foi assim até a gente perder a âncora da festa, minha avó Nêna.

Depois disso, a vida foi seguindo seu ritmo, mudando o Natal de várias das famílias. As de São Paulo ainda se reúnem, mas nem sempre estão todos por lá, como eu mesmo.

Mas as lembranças do Natal de minha infância nunca se apagam e ainda me divirto lembrando delas.

É aquele tipo de boa lembrança que traz um sorriso leve ao rosto e um conforto gostoso que se espalha.

A Vila Maria mudou, vários tios e meus avós já foram para a próxima vida. Os primos moram longe.

Mas aquelas festas de Natal, lembradas a cada ano, me dão a certeza de que o Natal nunca foi brinquedo e comida, mas sentimento e amizade.

Ficam as lembranças de gente que ajudou a moldar o que sou hoje, pelo exemplo. Me olhando no espelho da vida, vejo que carrego um pouco da personalidade de cada um deles.

Como meu avô Walter, um fantástico contador de histórias que prendia nossa atenção por horas a fio.

A alegria quase infantil e o otimismo sem limites de meu tio Zezé, que vivia comendo e nos dando balas de amendoim.

A ousadia e garra de meu tio Nine, que tinha a alma e a coragem de um desbravador.

As lições de meu tio Tinho, que soube viver bem, se divertindo e ensinando, na escola e na vida.

A lucidez de minha avó Zilda, que conversava sobre os assuntos atuais com sabedoria e era uma cozinheira incrível.

A alegria sorridente de minha vó Nêna, carinhosa e outra fantástica cozinheira.

Meu pai, que me ensinou jornalismo e caráter, além do valor de ser independente.

São parentes queridos que comemoram o Natal em outra dimensão, outra vida.

Para eles, meu obrigado perene, pelos ensinamentos, pelo amor, por tudo.

Não lembro deles só no Natal, nem com tristeza.

Todos nascemos com prazo de validade nesta vida e passagem garantida para a próxima. Seria egoismo querer todos aqui para sempre.

Para mim, todos estão comigo no dia a dia, porque sempre lembro de uma ou outra coisa que disseram, exemplos que me deram.

Meu Natal é completo, porque une o que já foram e os que estão. Em comum, minha gratidão e meu amor por todos eles.

Uma observação: ia escrever um texto sobre o Natal, mas lembrei deste, que escrevi há uns 10 anos e que expressa meu sentimento perfeitamente. Não fazia sentido escrever um novo.

Posted at 6:10 PM


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19/11/21

A escola de Hitler venceu

Governos de vários países aproveitam a pandemia para aumentar o controle sobre a população e alguns estão criando o sub-cidadão, o que optou por não tomar uma vacina sobre a qual nada se sabe dos efeitos a longo prazo. O sub-cidadão terá menos direitos que os outros, apesar das garantias dadas pela Constituição de cada país, ignorada.

Não é a primeira vez na história. Basta lembrar Hitler e a identificação dos judeus, ciganos e negros como cidadãos sem os mesmos direitos dos brancos. Ou o apartheid da África do Sul, onde negros tinham menos direitos. Ou a segregação nos Estados Unidos até os anos 60. A Índia ainda tem cultura de castas, onde mesmo o contato entre elas é proibido.

Mas esta é a primeira vez em que países tidos como democráticos e igualitários usam a segregação como instrumento de controle social, algo impensável e, para mim, inaceitável. Mesmo que houvesse garantia de que as vacinas não terão nenhum efeito ruim daqui a cinco, seis anos, segregar os não vacinados é uma forma de ditadura.

Sem contar que a maioria vacinada não corre nenhum risco de ser infectada pela não vacinada, um ponto óbvio mas sempre deixado de lado na comunicação dos governos que querem controlar os eleitores.

Me incomoda ver pessoas que se dizem contra o racismo, a homofobia, a xenofobia, todas elas maneiras de segregar os diferentes, apoiar os governos que agora querem separar vacinados de não vacinados, tornando o segundo grupo uma espécie de pária social, impedido de comer num restaurante, entrar num cinema ou num escritório.

No Brasil a coisa já caminha para uma situação só vivida antes em ditaduras, com a negação do direito à Justiça. Vários tribunais, inclusive trabalhistas, estão proibindo a entrada de pessoas não vacinadas nos foruns, mesmo para audiẽncias em que são parte. Significa que perderão as causas por "não comparecimento" compulsório.

A censura prévia, outra característica das ditaduras, abolida no Brasil pela Constituição de 88, voltou a pleno vapor. Ministros do STF proíbem qualquer pessoa de defender a liberdade de escolher se adota ou não um procedimento médico, se toma ou não um remédio ou vacina. Direito garantido pela Constituição.

Quem questiona a falta de segurança futura das vacinas ou mesmo sua eficácia (só "comprovada" pelos próprios laboratórios que as produzem) é proibido de se expressar. Sua opinião só é livre se for igual à dos que mandam. Sua liberdade de expressão só existe se concordar com o que os detentores do poder querem (hoje, o STF).

Se tem perfil em redes sociais, ele é cassado. Se dá entrevistas, fica proibido de fazer isso. Se insiste, é preso sem processo, sem julgamento, sem condenação. Não é apenas no Brasil, mas aqui é mais escadaloso porque a grande mídia, que tem o dever de informar, acata a censura "dos outros" e não denuncia os abusos por militância política.

Deviam ler A Revolução dos Bichos, de George Orwell, para entender que, se hoje a censura e a segregação é contra um grupo, amanhã poderá ser contra outro. Se os governos impõem a vacina como condição de ter os direitos que deveriam ser de todos, no futuro outras exigências serão feitas, porque a porteira foi aberta.

O resultado, a médio prazo, pode ser a "chineização" do Brasil, com cada passo do cidadão monitorado por um aplicativo de uso obrigatório para ter plenos direitos. Se não usar o app 24h por dia, voce será impedido de viajar, de entrar em restaurantes, de ter acesso a um forum. Isso é realidade na China, através de um sistema de pontuação.

Pisou na grama? Perdeu um ponto. Atravessou fora da faixa, perdeu outro. Vai viajar? Depende de quantos pontos negativos voce acumulou. Hoje, o brasileiro terá que usar o comprovante virtual da vacina para ter direitos. Amanhã pode ser um aplicativo como o chinês e outras exigências.

Caso não tenha percebido, o ponto central não é a vacina, muito menos a "segurança da saúde coletiva", e sim a perda de direitos. Nossa Constituição, já pesadamente pisoteada, todos os dias, pelo STF, não vai sobreviver com a carga extra dos governos estaduais eliminando os direitos que deveriam ser protegidos por ela.

Mesmo vacinado, cada cidadão deveria se rebelar contra o "passaporte da vacina" ou restrições para quem não está vacinado. Porque se hoje ele é o cidadão de segunda classe, amanhã poderá ser voce.

Posted at 9:36 PM


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24/09/21

30 anos que são mais de 30

Um acontecimento desta semana provocou uma reflexão que quero dividir com voce. No dia 21 a Morena FM completou 30 anos 100% digital, nas músicas e comerciais. Foi a primeira do Brasil e da América Latina. Demorou dois anos para outra no Brasil igualar o feito, a Manchete FM de São Paulo.

Pensando nesses 30 anos percebi que a velocidade com que novas tecnologias foram adotadas e descartadas nesse período é muito maior do que a dos 30 anos anteriores. Por exemplo: o LP e a fita cassette atravessaram de 1960 a 1990 sem ser ameaçados por nenhuma novidade.

De repente, nos próximos 30, foram substituídos pelo CD, que por sua vez se tornou logo obsoleto pelos arquivos de áudio digital. As fitas VHS, que reinavam até o meio dos anos 90, foram enterradas pelo DVD que, um pouco depois, já era substitúído pelos arquivos.

A tv aberta fazia a festa até o meio dos 90. Começou a perder espaço com as tevês por assinatura e, em pouco tempo, ambas iam sendo substituídas por portais de streaming como Netflix e Amazon Prime. Os jornais viram seu público migrar para a edição digital, tornando a impressa quase obsoleta.

No meio desses 30 anos de revolução, surgiu o celular, que substituiu tanta ferramenta que é até difícil lembrar. Ele dispensou o uso de relógio de pulso, despertador, câmera fotográfica, filmadora, lanterna, mapas rodoviários, guia de ruas, rádio portátil, tocador de mp3, previsão do tempo, gravador.

Ele dispensou a ida ao banco para saber o saldo e pagar contas, a restaurantes para comer, calculadora, agenda, o calendário, videogame portátil, os livros de viagem com frases traduzidas, a bússola, o album de fotos, os velhos orelhões, os detectores de radar, o scanner... a lista é imensa.

O avanço da tecnologia afetou meu setor, o de comunicação, mas o rádio só ganhou com isso. Aliás, foi o meio que soube se adaptar e tirar vantagem, ao contrário da tv, que até hoje não sabe o que fazer. Considere a parte do estúdio. Antes, usávamos LPs e cassettes que precisavam de muita manutenção e cuidado.

A Morena FM passou a ter CDs e um Digicart II, usado para produzir e tocar comerciais no lugar dos cassettes. Hoje isso também passou. Usamos arquivos digitais num programa de computador com inteligência artificial, editamos comerciais facilmente no PC e recebemos os lançamentos via internet

Do lado externo, até 1998 toda rádio tinha como ouvintes apenas quem morava ou estava passando pela sua cidade e as próximas. Hoje a Morena FM é ouvida do Canada à China, passando por todo o Brasil e o resto do mundo. Não existem mais fronteiras.

A diferença entre esses 30 anos e os 30 anteriores me fez pensar nos próximos 30. Pelo menos em relação ao rádio.

Considere o seguinte: hoje, enquanto o ouvinte do Brasil ouve o programa A La Carte na hora do almoço, o de Los Angeles ouve às 6h, o de Londres às 15h, o da Russia às 18h, o do Japão, à meia noite.

Eles ouvem a rádio ao mesmo tempo, mas cada um está num momento diferente do dia. Então, como montar uma programação que se adeque a todos eles não importa qual o horário local? Difícil.

A opção é criar pedaços da programação com mais foco em quem está no horário de maior audiência do rádio (manhã e tarde). Por exemplo, em Los Angeles os ritmos preferidos são rock e latino. No período em que eles estão entre 6h e 19h no horário de lá tenho que incluir conteúdo para aquele mercado.

Estou no meio de uma experiência prática buscando uma solução, usando um canal alternativo de streaming, no site próprio morenafmrio.com ou Morena FM/Rio. Pesquisei os ritmos mais ouvidos em cada país e montei uma programação levando em conta cada fuso horário.

Está no início, mas já existem diferenças grandes entre os ouvintes da Morena FM online e da Morena FM /Rio. Na primeira, ouvintes do Canada, Brasil e EUA são maioria. Na segunda, é maior a presença do pessoal da Europa e da Russia, por exemplo.

Posted at 9:23 PM


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09/08/21

Uma geração danificada

Vacinar jovens abaixo de 20 anos não é recomendado pela OMS nem pelas associações de pediatria. As vacinas tem causado problemas cardíacos neste público e somente 1% deles foi infectado em um ano e meio. Tirando raras exceções com comorbidades, nenhum teve sintomas graves e 98% foram assintomáticos.

Porém, existe uma boa razão para vacinar esse pessoal: o psicológico abalado pelas medidas contra a pandemia e o terror criado em torno da doença, chegando a dizer que um estudante poderia infectar e matar seus pais e avós, afirmação absurda repetida à exaustão por "especialistas" no início da pandemia.

A vacina vai dar um pouco de tranquilidade a esta geração.

Uma geração extremamemte afetada por perder a fase da vida em que a pessoa socializa mais, vai a festas, curte os aniversários dos amigos, brinca, pratica esportes e dança, circula nas praias e nos shoppings, namora, beija, abraça, experimenta, encontra antigos e novos amigos na escola e na faculdade, monta sua tribo, viaja, enfim... vive.

Tudo isso foi tirado desta geração, hoje entre 10 e 20 anos, e nunca será reposto. É uma parcela da sociedade que não teve infância nem adolescência e os efeitos disso serão enormes na sua formação adulta. Uns serão mais carentes por falta de contato físico nesta pandemia, outros se tornarão frios e distantes pelo mesmo motivo.

O namoro, momento essencial na vida de qualquer jovem, lhes foi negado e, nos próximos anos, eles ainda vão pensar duas vezes na hora de dar um beijo na boca ou ficar agarradinhos. Além disso, o terror imposto por uma midia exagerada e sem noção do que fazia fragilizou este público.

A falta de exercício e atividades físicas vai gerar um pessoal sedentário e mais obeso. A ausência de brincadeiras e experimentação afetará sua personalidade e a capacidade criativa. O excesso de tempo gasto em telas, como celular e tablets, já está causando um aumento de doenças oculares, em especial a miopia.

Mas o pior é o peso da responsabilidade de "infectar a família" se saísse à rua, demais para alguém tão jovem, obrigado a pensar na morte numa fase em que nos achamos imortais. O medo de perder os pais, comum apenas em famílias de policiais, bombeiros ou de quem tem profissões perigosas, se tornou geral e opressor.

Os jovens se tornaram os "fiscais" das medidas em casa, exagerando no uso do alcool gel, entrando em pânico se uma sacola chegou da rua sem ser higienizada. Uma preocupação quase paranóica gerada por aquela enorme responsabilidade jogada em suas costas.

Observo os efeitos da pandemia em minha filha, seus colegas e nos filhos de amigos meus. Fico triste por tudo o que eu vivi e ela não viveu nesta fase da vida, por toda a felicidade que tive e que foi sonegada a ela numa época essencial de nossa existência. Sobra torcer para que os jovens superem isso. Mas não será fácil.

Posted at 12:19 PM


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03/08/21

Itabuna pode renascer

 

Sou do tempo da Itabuna rica e não tenho medo de revelar minha idade com isso, porque fui um privilegiado.

Eu vi e vivi a Itabuna dos sonhos, onde dinheiro brotava nas ruas e dava em árvores, de cacau. Crescer em Itabuna nas décadas de 70 e 80 era crescer numa bolha de paraíso.

A cidade era tão rica que as fábricas de automóveis e motos, quando lançavam um novo modelo, mandavam o primeiro lote para Itabuna. José Soares Pinheiro, um visionário esquecido pela população, foi 8 anos seguidos a Seattle receber o prêmio de maior vendedor da Ford no Brasil.

Nas ruas, só existiam carros zero quilômetro, dos particulares aos táxis. O ensino público era melhor que o particular, preferido apenas por status. Eu posso afirmar, porque estudei nos dois sistemas. O comércio local dava inveja aos lojistas de Salvador.

Fazendeiros de cacau compravam sem perguntar o preço e ostentavam em tudo, das roupas e eletrônicos comprados no exterior a jóias e whisky 12 anos em abundância. Itabuna tinha cinco boates de luxo, seis clubes sociais super movimentados, sete cinemas e várias "zonas".

A juventude se dividia entre as praias de Ilhéus (as de Cururupe, Milionários e da Batuba), os clubes e a Beira Rio, onde todo domingo era de estacionamento cheio de gente batendo papo, namorando, dando cavalos de pau com os carros, se divertindo. De noite, bares e boates com nível de capital e até um boliche.

Não faltavam shows com atrações nacionais de peso. Ter avião particular estacionado no aeroporto local não era uma novidade. Festas de arromba da "high society" também não. Itabuna vivia uma cena cultural intensa, dinâmica, cheia de artistas talentosos e eventos.

A vida era assim, farta, divertida, tranquila, moderna, até o fim dos anos 80. A partir daí, a vassoura de bruxa que assolou o cacau e os péssimos prefeitos que destruíram a alma de Itabuna fizeram a cidade entrar em decadência.

Não tinha mais cinema. Ficou sem um por 10 anos, até a chegada do Shopping Jequitibá, um grande marco da retomada econômica de Itabuna. Não tinha mais boates, nem clubes.

Quem tinha um avião particular vendeu ou teve tomado pelo banco. Os ricos de antes passaram a viver mais do nome que da carteira. Até o esporte, que tinha eventos todo mês, parou de vez.

Os carros envelheceram, o comércio viu lojas históricas fecharem suas portas, das Pernambucanas à Doll Modas, de Os Gonçalves às Lojas Ipê, da Makro à Lorva. Acabaram as festas. A cultura até se manteve por um tempo, mas capitulou a partir de 2010.

Não estou escrevendo isso por saudosismo nem para lamentar. O que passou não tem como voltar.

Escrevo para lembrar que Itabuna já foi grande, poderosa e boa de se viver. Se já foi, pode voltar a ser. Depende de cada pessoa cobrar das autoridades uma gestão decente.

Nos últimos 10 anos, Itabuna atraiu lojas premium para o shopping, atacados de grande porte (sim, eu sei que estão no território de Ilhéus, mas visam mesmo Itabuna).

Ela tem uma excelente cobertura de mídia, telefonia e internet; um comércio ainda forte, completo e diversificado; um povo que gosta de comprar e se divertir. E trabalha muito.

A cidade tem potencial para voltar a ser a meca baiana que foi no século passado.

Eu, sinceramente, já estava desistindo de Itabuna, mas o início da gestão de Augusto Castro me anima.

A equipe tem nomes de qualidade e vem fazendo um árduo trabalho para recuperar a estrutura e os serviços.

Destaco a reforma dos acessos da cidade, o projeto de urbanização da Av. Manoel Chaves e da duplicação da saída para Ilhéus. Gosto das ideias de Almir Melo Jr, do arrojo de Guinho no esporte. Aplaudo a reabertura das piscinas do Ciso e a volta da hidroginástica.

Muita coisa ainda tem que ser feita para melhorar o centro, dar dignidade aos bairros, resgatar a cultura, oferecer boas e novas opções de lazer, criar um ambiente que atraia mais investimentos.

Mas estou animado.

Posted at 6:14 PM


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18/06/21

O texto que voce não quer ler

Quando as pessoas passam por uma situação assustadora como a atual epidemia da Covid, elas tendem a apostar em qualquer coisa que prometa afastar o perigo. Pode ser uma vacina. Pode ser um tratamento. A pessoa quer acreditar nisso, a um nível emocional, longe das amarras racionais.

Por isso, este é um texto que voce não quer ler. Ele vai confrontar as coisas em que voce passou a acreditar por medo do escuro. Vai deixar voce apreensivo e ansioso. Porque as verdades que estão te dizendo há meses, 24 horas por dia, podem não ser tão verdade assim.

Antes de mais nada, aviso que não sou contra vacinas (tomei todas que precisava na vida), nem contra o tratamento de doenças, de preferência no início dos sintomas. Mas sou racional, cauteloso e muito consciente do meu corpo. E sou contra ser usado como cobaia.

Todas as autoridades e a mídia vivem repetindo que as vacinas contra a Covid são "100% seguras", o que é uma mentira. Nenhuma vacina, nenhum medicamento, é 100% seguro. Com sorte são uns 70% - nos estudados e usados há muito tempo.

No caso das atuais vacinas, é impossível acreditar que os laboratórios diminuiram de 10 anos para seis meses o tempo necessário para fabricar uma vacina segura. Existem os argumentos, claro, e voce quer acreditar neles. Como o de que "por causa da urgência, todos trabalharam mais rápido".

É como dizer que é possível fabricar uma Ferrari com peças de Fusca se voce "trabalhar com urgência". Outro argumento é o de que tinha mais gente buscando uma solução. Se isso resolvesse, a cura do câncer e do Alzheimer já estaria nas farmácias há décadas. Não, ninguém tem como saber se essas vacinas são seguras.

Ninguém sabe que efeitos vão aparecer daqui a 10, 20 anos, como a Talidomida. Quando ela apareceu, passou em todos os testes, foi considerada "100% segura" e prescrita para grávidas no mundo inteiro. Cinco anos depois começaram a nascer bebês deformados, que viviam pouco, e em 1962 eles já eram 10 mil.

Apesar do cerco formado em torno das informações, para deixar passar apenas as que as autoridades querem (vide a censura prévia no Facebook e Twitter de tudo o que desmente essas informações), muitos pesquisadores, médicos, cientistas e vítimas conseguem furar o cerco.

Um deles foi a lenda da música Eric Clapton, que deu entrevista e postou depoimento no YouTube contando que está sofrendo com graves efeitos depois de tomar a vacina contra a Covid. "Ela bagunçou meu sistema imunológico, trouxe dores, febre e tremedeiras que não passam". Veja em https://youtu.be/4OHmMKrVbNk

Ele tem dado entrevistas com seu testemunho de algo que deveria ser óbvio, mas as pessoas preferiram ignorar: as vacinas são experimentais, não existe estudo a longo prazo para saber seus efeitos no organismo. A Itália baniu a vacina AstraZeneca para quem tem menos de 60 anos por causa dos efeitos nos jovens.

As vacinas tem causado trombose e coágulos, principalmente nas pessoas acima de 60 anos. Também fez explodir os casos de miocardite em homens jovens vacinados, numa taxa 25 vezes maior que a normal. 1.143 pessoas já morreram por efeitos causados pela vacina apenas na Inglaterra.

Nos Estados Unidos a estimativa é bem pior, pela maior quantidade de pessoas vacinadas. Cerca de 25.800 teriam morrido por efeitos da vacina e 1 milhão desenvolveram problemas graves de saúde depois de tomar uma ou duas doses. A autoridade de lá registra 82% mais perda de bebês por grávidas vacinadas que não vacinadas.

O jogador Arturo Vidal foi internado com amidalite aguda depois da vacina. Uma mulher na França teve a confirmação médica de que sua cegueira foi causada pela vacina. Um tuíte da Pfizer sobre o estudo de seu produto relata 8 crianças mortas e 10 com a saúde gravemente prejudicada.

Um relatório da autoridade de Saúde da Inglaterra, de 2 de junho, mostra 864 mortes e 717.250 pessoas debilitadas pelos efeitos colaterais da vacina AstraZeneca, 4 mortes e 9.243 efeitos adversos da Moderna, 406 mortes e 183.768 pacientes debilitados pela Pfizer. O país não aprovou a Coronavac.

Médicos ao redor do mundo estão alertando para não vacinar os jovens com imunizantes ainda experimentais. O risco de contágio e morte por Covid neste público é minúsculo, imensamente menor que o de ter miocardite, trombose, coágulo ou outro efeito grave derivado da vacina, incluindo a morte.

Aqui no sul da Bahia já existem pelo menos dois casos de trombose, os dois em Ferradas, bairro de Itabuna. Um deles tomou a primeira dose da AstraZeneca e está apavorado em tomar a segunda. Os dois estão com os braços tão inchados que podem resultar em amputação.

Já existem indícios e provas suficientes para derrubar a noção de que as vacinas são seguras. Mas ainda existe a dúvida sobre sua eficácia. Novamente, elas foram desenvolvidas em menos de um décimo do tempo, para combater um virus do qual pouco se sabe até hoje.

Alguns pesquisadores apontam que a própria diminuição de casos e mortes no grupo já vacinado pode estar ligada mais ao efeito das mudanças climáticas das estações do ano sobre o virus que à vacina em si. Por enquanto é só uma hipótese, mas os gráficos mostram picos semelhantes nos mesmos meses do ano, entre 2020 e 2021.

Aqui no Brasil, os piores meses de 2020 foram abril, maio e junho. Neste ano, a mesma coisa. Não é conclusivo, só uma hipótese que pode se confirmar caso haja diminuição a partir do final de agosto. Mas sempre haverá a dúvida se foi a vacina ou a mudança no clima.

Um relatório da MHR, a agência de Saúde inglesa, diz textualmente que "a imunidade da população não é atingida pela vacinação sem o aparecimento de novas infecções. O resurgimento de hospitalizações e mortes é dominado pelo grupo que recebeu duas doses da vacina, entre 60% e 70% dos casos".

Relatório da variante Delta na Inglaterra diz, em resumo, que o número de mortos por esta variante entre pessoas já vacinadas é 6 vezes maior que nas pessoas não vacinadas. Uma hipótese é que a explosão de certas proteínas, gerada pela vacina, deixa o sistema mais vulnerável em caso de infecção.

O problema, como afirmou Eric Clapton em sua entrevista, é que os jovens parecem ter passado por uma lavagem cerebral em relação à necessidade da vacina. "Vejo isso em meus netos". Sei que vou levar pedradas de muita gente, mas não ficarei chateado. Faz parte da condição humana.

O medo faz a pessoa acreditar em qualquer coisa que dê esperança e combater todos que falem o contrário. É como o marido traído que se recusa em acreditar na traição. A diferença é que ninguém morre.

Posted at 10:39 PM


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11/06/21

Consertando o STF na marra

Se tem uma coisa que devia ser prioridade na reforma administrativa é a forma de composição dos tribunais de Justiça dos estados, STJ, STF e TST. Hoje, são ocupados por pessoas indicadas por políticos, escravas de suas ideologias.

O problema piorou consideravelmente depois que as sessões passaram a ser transmitidas pela tv. A partir daí, a vaidade falou mais forte que a decência. Os votos, antes curtos, passaram a ser lidos por horas a fio. As frases de efeito viraram lugar comum nas decisões.

Fora da Corte, os ministros passaram a dar opinião em entrevistas, adiantando como julgariam os casos, algo impensável para um juiz. Nos julgamentos, nenhum se considera impedido para julgar uma ação na qual já têm opinião formada antes de ver os autos. É preciso mudar.

Para começo de conversa, as vagas de desembargador deveriam ser ocupadas somente por juízes, pessoas com experiência em julgar, eleitos diretamente por seus pares em cada estado. Promotores e advogados estão acostumados ao viés de sua função, atacar ou defender.

Não estão acostumados a julgar sem tomar partido, nem passaram anos analisando prós e contras de cada questão. Eles só lidam com um lado do processo. Basta olhar Toffoli, advogado que nunca conseguiu passar em concurso para juiz, ou Alexandre de Moraes, ex-promotor.

Assim como os TJs dos estados, STJ e STF deveriam ser ocupados somente por desembargadores e eleitos por todos do país, em eleição direta. Seria uma sequência lógica na carreira de um juiz. A eleição direta impediria a influência política de quem nomeou sobre o nomeado.

Mas só isso não basta, porque existe o problema da eternidade.

Um desembargador e um ministro de tribunal superior têm cargo vitalício e são praticamente inimputáveis, dada a dificuldade em julgar - e mais ainda em condenar - qualquer um deles. Acabam se sentindo deuses num Olimpo, que não podem nem devem ser contrariados.

É da natureza humana se tornar arrogante por excesso de poder. Acontece com alguns bilionários e é comum em desembargadores e ministros. Hoje em dia não podem sequer ser criticados, sob pena de processo e cadeia, sem processo legal, como aconteceu com o jornalista Oswaldo Eustáquio.

A embriaguês pelo poder é tão grande que o STF vem mudando a Constituição sem passar pelo Congresso, único poder com essa prerrogativa. Por outro lado, o Congresso não tem coragem de demitir um ministro por medo de represália em ações que deputados e senadores respondem na Corte.

Uma maneira de mitigar este excesso de poder seria o mandato limitado. Ministros e desembargadores deveriam ter mandato definido, de 5 anos, com possibilidade de reeleição por mais 5 anos. E só. Depois seriam aposentados compulsoriamente.

Para completar a reforma, um desembargador ou ministro poderia ter seu mandato cassado por seus pares, por dois terços dos votos. A denúncia seria admitida caso fosse assinada por um quarto dos desembargadores ou juízes do colégio eleitoral.

Hoje a situação é tão absurda que, se o Congresso aprovar as mudanças que proponho aqui, o STF pode simplesmente derrubar a lei e manter tudo como está. Um indício foi a reação do ministro Fux sobre o Congresso aprovar a urna eletrônica com voto auditável.

O TSE teria que obedecer a nova lei, mas Fux, que hoje preside o tribunal, afirmou que "pode pensar" em acatar a mudança, caso o STF "valide" a lei. O STF não tem poder de validar ou não decisões dos outros poderes, que são independentes. Mas se considera acima.

Este é o tamanho do problema.

Posted at 9:01 PM


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06/03/21

Números não mentem. Nem com Covid

Amigos e seguidores do governador da Bahia, Rui Costa (PT), me atacam porque questiono a ladainha exigindo mais vacinas, como se o estado tivesse uma excelência em vacinar, como se estivesse vacinando mais rápido do que chegam vacinas. É um discurso politiqueiro, sem base na realidade.

Desde que recebeu o primeiro lote, a Bahia não conseguiu usar nem metade das vacinas. Quando chega perto disso, vem um novo lote do Ministério da Saúde e a percentagem volta para menos de 50%. Não é culpa do governador, já que a vacinação é municipal. Mas o discurso cínico é.

Sim, a entrega de vacinas é do Governo Federal, a distribuição é do estadual, mas a vacinação é municipal. No momento (5 de março), nosso ritmo é de 14.069 aplicações por dia. Assim, levaríamos 2.084 dias para aplicar as 29.324.653 doses que faltam (incluindo a segunda). São mais de 5 anos. Acabaria em 2026.

As cidades precisam acelerar para 97.748 imunizações por dia para dar as duas doses até o final de 2021. Por sua vez, o Governo Federal tem que entregar 2.932.440 doses por mês à Bahia. Não é achismo nem opinião. São os números. Mas a quantidade de vacinas recebidas por mês é só um lado da questão.

O detalhe é que os municípios, onde a vacinação realmente acontece, estão num ritmo lento demais. Um dos problemas é que o contingente de médicos, enfermeiras e técnicos que estão aplicando a vacina é o mesmo que existia antes da pandemia e que precisa dar conta de todas as outras demandas da Saúde.

O governador recebeu R$ 62 bilhões, com "b", do Governo Federal desde o início da pandemia para combater o virus. Devia ter comprado testes rápidos para fazer testagem em massa e isolar os infectados. Não comprou. Só testou 5,5% da população. Devia ter contratado profissionais de Saúde suficientes. Não contratou.

Imaginando que cada aplicador leve 5 minutos para vacinar e trabalhe 8 horas por dia, em um dia vacina 96 pessoas. Logo, precisamos de 1.018 aplicadores no estado, mais o pessoal para tirar a folga deles, se quisermos atingir aquela meta de 97.748 aplicações por dia.

Se o estado tiver esses 1.018 aplicadores, mais a turma do revezamento, teria que receber, toda semana, 734 mil vacinas, número que só deve virar realidade a partir de abril. Então, o governador poderia ir montando esta equipe para estar pronta quando o fluxo de vacinas permitir este desempenho, com capacitação em cada cidade.

Uma boa opção seria pedir que o Governo Federal enviasse um contingente das Forças Armadas para ajudar na vacinação. Na grande epidemia de dengue em 2009 foram os militares, com sua excelência em organização e logística, que resolveram o problema em Itabuna, por exemplo.

O governador da Bahia não fará isso, porque prefere posar de vítima do que ser estadista e não quer perder seu discurso anti-Bolsonaro, em quem tenta jogar a culpa pela pandemia. Rui esquece que no ano passado promoveu o maior carnaval do Brasil, em várias cidades baianas, com o virus já circulando por aqui e alerta de pandemia.

Não estava sozinho, porque ACM Neto foi cúmplice na festa. Mas a liberação dos comícios e passeatas nas eleições para prefeito é exclusivamente responsabilidade de Rui Costa. Não só liberou geral, como participou de passeatas imensas, com todo mundo - incluindo ele - sem máscara. As fotos não mentem.

Se Rui quer se redimir e assumir a responsabilidade de quem foi eleito para cuidar dos baianos, ele deve tomar, de imediato, três medidas. Liberar o tratamento precoce, fazer testagem em massa e contratar vacinadores ou pedir ajuda externa para acelerar a vacinação.

Lágrimas, verdadeiras ou ensaiadas, não resolvem pandemia nem salvam vidas.

Ações sim.

Posted at 12:15 AM


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13/02/21

As cicatrizes de uma pandemia

Uma pesquisa da USP, em 11 países, revela o Brasil como o país que mais tem ansiedade (63%) e depressão (59%) na pandemia. Não podia ser diferente. Brasileiro gosta de grudar, desde pequeno. Já nascemos assim e assim somos o lugar mais acolhedor do planeta.

O europeu que comete o desatino de visitar nosso país não sabe onde está se metendo. Acostumado a relações distantes, sem contato físico, ele é rapidamente atacado e dominado pelo calor dos brasileiros. Não foram poucos os ingleses, franceses ou alemães que vi apavorados em seu primeiro dia por aqui.

O brasileiro gosta de carinho, abraços, beijos, contato, bate papo, encontro com amigos, pizza com a família, praia, bares, estádio cheio, passeio no parque, ajuntamento, calor humano. Para ele tudo isso é essencial, não opcional. É impossível, para nós, encontrar alguém sem abraçar, beijar.

Um desconhecido qualquer, ao se aventurar pelo Brasil, já é recebido com três beijos e muitos abraços, como se fosse um amigo antigo ou como se estivesse voltando para casa. A conversa é com toques no ombro, nos braços, abraços repentinos e carinho ilimitado.

Um inglês, que cresce respeitando o espaço em volta de cada pessoa como área proibida, recebe nosso carinho como um raio, que se espalha e domina tudo até que ele se renda. Até que aceite que sua vida, por aqui, nunca será igual a de seu país. Ele vira um aprendiz de calor humano.

Somos feitos assim. Crescemos assim e nunca imaginamos um dia ser impedidos de ser... brasileiros.

A pandemia fez com que as avós não possam abraçar e beijar os netos. Tios e tias ficaram longe dos sobrinhos. Amigos só podem se encontrar online e, quando se encontram ao vivo, não podem se abraçar, beijar, grudar. Nada podia ser mais deprimente para nós.

É até estranho que a gente esteja sobrevivendo sem tudo isso. Tudo bem, adultos se adaptam e já têm a serenidade, que a idade traz, para esperar pacientemente o dia em que as relações voltarão ao normal. Pior é para as crianças, para mim uma verdadeira tragédia.

Se para nós a situação é deprimente, para elas é impossível. A infância é quando fazemos os primeiros "melhores amigos para sempre", é quando mais abraçamos e beijamos sem medo, é quando formamos nossa tchurma, quando podemos brincar à vontade sem se preocupar com a vida.

Cresci jogando gude na praça, batendo bola na rua, brincando de esconde e de bandeira. A juventude foi de muitos amigos no bar, na boate, no cinema, na Beira-Rio. As festas de aniversário e, principalmente, de Natal, eram com dezenas de primos, amigos e parentes.

Até 2019 eu podia almoçar com os amigos no Los Pampas, reunir outros na pizzaria. Podia abraçar cada um, conversar em grupo, ir ao cinema, tomar café com eles no shopping. Está certo que eu não sou de sair muito, mas uma coisa é não querer sair, outra é não poder.

Faz parte da coisa que mais prezo na vida, a liberdade. Liberdade para falar o que quiser, ter a opinião que quiser, vestir o que quiser, fazer o que quiser... abraçar quem quiser, me aglomerar com quem quiser. Definitivamente esta pandemia nos tirou isso, a liberdade.

Mais, ela nos transformou, na marra, em seres menos calorosos, menos afetuosos. Com menos abraços e beijos, nos tornamos mais ácidos, mais ranzinzas, mais implicantes. Voce pode ver isso nas redes sociais, onde opinião própria virou crime, onde amigos não podem conversar cinco minutos sem discutir.

Esta pandemia vai passar, como tudo na vida. Só não sei quantas cicatrizes deixará.

Posted at 2:05 PM


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04/01/21

A suprema tomada do poder

O STF era um antes da transmissão ao vivo pela tv e é outro depois. O deslumbramento fez com que a maioria dos ministros passasse a atuar para as câmeras. A vaidade fez com que votos que antes seriam dados em 5 minutos hoje levem várias e intermináveis horas.

A junção da vaidade com a arrogância de quem tem poder supremo e vitalício, sem responder a ninguém, levou ao que temos hoje, um STF militante, político, que interfere em outros poderes, muda princípios da Constituição sem passar pelo Congresso, tenta impedir o Executivo de funcionar.

É mais que óbvio o preconceito da maioria dos ministros com o Presidente Jair Bolsonaro que, ao contrário deles, foi eleito pelos brasileiros para conduzir o país. O STF acata todos os pedidos de partidos nanicos de esquerda, inconformados com sua falta de votos.

Hoje, partidos como Psol, PSB, Rede, PT e assemelhados administram o Brasil por controle remoto, usando seus marionetes supremos para desfazer as medidas tomadas por Bolsonaro. Chegam a demitir ministros e servidores que o chefe do Executivo tem total liberdade para nomear, segundo a Constituição.

A Cosntituição? Ora, a Constituição...

O exemplo mais recente de rasgar o texto da lei maior do país, aprovada por uma Assembleia Constituinte eleita pelo povo brasileiro, foi a tentativa de permitir uma segunda reeleição a Rodrigo Maia, mesmo expressamente proibida pela Constituição. Ela não deixa nem margem para interpretação. Só a pressão da imprensa e a indignação do povo evitou.

No combate à Covid, o STF começou podando o direito, também expresso claramente na Constituição, de o Executivo centralizar todas as ações de enfrentamento a pandemias nacionais. Passou por cima da Carta Magna para entregar as decisões aos governadores e o resultado foi o recorde de mortes e casos em São Paulo, por exemplo.

Nesta semana, o STF conseguiu fazer uma pizza de dois sabores, uma excrescência jurídica que atenta contra direitos fundamentais do cidadão listados na Constituição e, ao mesmo tempo, deixa aberta uma condicionante de duvidosa eficácia.

O STF decidiu que a vacina contra a Covid é obrigatória e só isso já deveria inscrever os ministros nos anais do besteirol nacional. Primeiro porque elimina o direito fundamental de escolha do cidadão, o controle sobre sua própria saúde e seus princípios.

Depois porque nenhuma vacina, nem mesmo as de eficiência comprovada há décadas, como a da Polio, é isenta de efeitos colaterais e problemas graves causados a algumas pessoas. Imagine com vacinas aprovadas "nas coxas", em um quinto do tempo normal de testes.

O STF age como se todos tivessem uma saúde com as mesmas características. Eu, por exemplo, nunca peguei uma gripe na minha vida inteira e o Covid é um virus de gripe. Outras pessoas pegam gripe com facilidade. Minha última doença foi caxumba, com uns 8 anos. Outros adoecem com frequência.

Entre os dois polos existem milhões de combinações de imunidade, deficiências, propensão a certas doenças, menos a outras. O STF trata todos como clones que podem receber o mesmo remédio sem nenhuma consequência, mas todo remédio tem efeitos, até um Cebion. Basta ler qualquer bula.

O Presidente Bolsonaro, que fala como nós - brasileiros reais - falamos, fez a pergunta essencial. “Imagina que você pega uma bula e está escrito lá: o fabricante não se responsabiliza por nenhum efeito colateral. Está na bula. Vão obrigar você a tomar a vacina?"

"Se houver um efeito colateral, como parece estar havendo no Reino Unido, choque anafilático, quem vai se responsabilizar? É quem obrigou você a tomar a vacina. Não pode passar por cima da Anvisa”. Mas, como os supremos ditadores não podem ser processados por crime nenhum, ficarão isentos dessa responsabilidade.

Vai restar ao cidadão acionar seu estado na Justiça. Sim, porque o STF fez um armengue dizendo que a vacina é obrigatória, mas ninguém pode ser obrigado a tomar, uma imbecilidade jurídica em si. Porém autorizou estados, municípios e o governo federal a impor sanções e restrições contra quem não se vacinar.

Bolsonaro com certeza absoluta não vai tomar medida nenhuma porque, para o Governo Federal (e para a Constituição), nenhuma vacina pode ser obrigatória. Mas um estado como São Paulo, do DitaDoria, pode, por exemplo, impedir o servidor de receber o salário se não se vacinar. Ou que use o transporte público.

O STF deu, novamente, aos governadores e prefeitos, um poder que eles não possuem legalmente, nem poderiam possuir segundo a Constituição do país. Um poder, diga-se, digno das piores ditaduras. Outra idiotice suprema é obrigar todo mundo a tomar a vacina sabendo que não existe suficiente para toda a população, em nenhum país.

Quando foi que os brasileiros deram aos ministros do STF o poder de mudar a Constituição, de interferir nos outros poderes, de cortar liberdades? Nunca demos. Eles é que se apoderaram dos nossos direitos. Porque são inimputáveis, vitalícios, arrogantes, totalitários e vaidosos.

A culpa, claramente, é da transmissão pela tv...

Posted at 2:18 PM


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24/10/20

Um crime quase impune

Em 2006, contei na Carta ao Leitor como um dos crimes mais bárbaros do sul da Bahia poderia ter passado incólume, sem ser notado por ninguém. Começava assim:

No final de semana passado recebi ligação sobre um jovem que, depois de espancado por Marcos Gomes e seus amigos na Fazenda Redenção, sumiu. Sem saber se era real, passei o caso ao delegado Nelis Araújo, que então começou a investigar a denúncia.

É claro que sabemos mais do que noticiamos aqui, mas é preciso preservar investigações que ainda estão em curso. A Região tem entre seus princípios o de que nenhum "furo" é mais importante que ajudar no trabalho da polícia, por isso esperamos o fim de toda a investigação para noticiar.

Porém, testemunhas nos disseram que viram o filho do prefeito Gomes dar uma surra no jovem, que estava amarrado. Logo depois ele sumiu e seu corpo ainda não foi encontrado. Mas será. Durante a semana ligações nervosas cruzaram a região, políticos entraram no circuito...

Um movimento que mostra o tamanho da bronca que Nelis enfrenta. Neste sábado, publicamos o que não comprometia o trabalho da polícia, porém A Tarde noticiou outros detalhes, que tínhamos desde a terça e preservávamos a pedido da polícia.

Como o jornal de Salvador publicou, também o fazemos aqui na edição online. Porém as muitas outras informações que temos e que ainda não foram divulgadas continuarão preservadas por A Região até que a polícia as libere ou um jornal publique.

Acompanhamos a investigação e confiamos no delegado Nélis Araujo e sua equipe. Mas, se o delegado sucumbir às várias pressões, não tenha dúvida.

Vamos revelar tudo o que nós já apuramos e sabemos. Este foi o primeiro texto sobre o caso, mas vale detalhar um pouco o que foi resumido naquela época.

Quando Nélis começou a investigar, nós, eu e a jornalista Neandra Pina, iniciamos nossa própria apuração dos fatos. Ao longo de um mês, Nélis fez um trabalho fantástico, digno dos melhores detetives do cinema.

Ele descobriu que existia um esquema, envolvendo uma delegada de outra cidade, que encerraria o caso como morte de um indigente.

Nélis percebeu, apurou e descobriu o corpo enterrado ao lado da rodovia entre Floresta Azul e Itapetinga. Descobriu a Saveiro que transportou o corpo e quem ajudou a enterrar.

A burrice de Marcos foi amarrar o vaqueiro com arreios que tinham a marca do Haras Redenção, onde foi torturado, preso por dois dias, e morto. Uma prova irrefutável.

Intimado a depor, Marcos Gomes, valente contra alguém que estava amarrado, desabou na frente dos delegados Nélis, Evy Paternostro e Marlos Macêdo, diante das provas. Tremeu, gaguejou, quase passou mal. Saiu de lá escoltado por seguranças, ao lado do advogado Carlos Burgos, sem falar com a imprensa.

Na exumação do corpo, o azar estava contra Marcos de novo, porque o vaqueiro, que tinha sido espancado até ficar irreconhecível, usava a pulseira dada pela irmã, que desabou ao reconhecer o irmão na massa de carne e sangue.

Mais de 30 testemunhas confirmaram o que foi apurado. Uma cena bizarra aconteceu quando os delegados foram cumprir um mandado de busca na casa de Marcos Gomes.

Ele achou que ia ser preso naquele momento, pulou o muro de trás da mansão e saiu correndo pelo mato.

O caso só foi adiante, sob pressão política dos amigos do então prefeito Fernando, graças à integridade dos delegados e o destemor da juíza de Ibicaraí, Ana Cláudia de Jesus Souza, que emitiu os mandatos.

Na mansão, mais duas surpresas. A polícia encontrou uma carteira falsa de policial, assinada pelo então secretário de Segurança Pública Afrísio Vieira Lima, pai de Geddel.

A outra foi a descoberta de outro crime, furto de água ("gato") de grandes proporções. Com tudo isso, ninguém tinha esperança de ver o homicida preso, pela facilidade em ser "invisível" para a polícia.

Até esta terça-feira.

Posted at 4:17 PM


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13/10/20

Um sonho possível, mas improvável

Batendo papo por email com meu amigo Jáder Tavares, de Salvador, ele lembrou a cabeça pequena que eu sempre critiquei em Itabuna. Mesmo na época de ouro do cacau, quando dava para forrar as ruas com dólares, a cidade pensou pequeno e se manteve provinciana.

Jáder listou algumas providências que, para nós, são óbvias, mas já desisti de acreditar que um dia sejam realidade. Itabuna vai sempre eleger alguém de cabeça pequena (a de cima). Por exemplo, cadê as propostas para a cultura do cacau? Nenhuma. Até parece que não plantamos a base do chocolate, desejo mundial.

Nunca exploramos a rica história de coroneis e desbravadores, como fez Jorge Amado em seus livros. Não temos um Museu do Cacau, uma vila-cenário com personagens vividos por atores (como na Torre de Londres), um festival anual de gastronomia e lazer, um circuito de visitação de fazendas, eventos esportivos temáticos, nada.

"Cadê a proposta de recuperação e pavimentação em concreto das estradas do cacau?" pergunta Jáder. Sério? Os prefeitos sequer passam uma máquina nas estradas vicinais e o governo do estado abandonou a que foi feita para contornar a barragem de Itapé.

Quem produz ou mora na área muitas vezes fica ilhado, seu poder vender a produção em Itabuna ou até chegar na cidade. Pavimentar as estradas vicinais com concreto é mais barato que o asfalto e tem uma durabilidade muito maior. Daria rapidez e mobilidade para quem mora no campo, atrairia produtores e projetos turísticos.

"Cadê a proposta de instalação de torres para telefonia celular e para internet?" Taí uma coisa que poderia revolucionar campo e cidade ao mesmo tempo. Garantir internet e telefonia de qualidade na área rural poderia levar muita gente a mudar para lá.

Já existia a vontade de muitos, que aumentou exponencialmente depois da pandemia. Hoje todo mundo reavalia seus conceitos de moradia, de trabalho e de compras, com tendência de fazer muito mais online, morando em um lugar mais agradável e tranquilo.

"Cadê o endereçamento postal de cada estrada do cacau e das fazendas da área rural?" continua Jáder. É mais uma medida que incentivaria uma migração da cidade para a zona rural. Junte com internet, telefone, estradas pavimentadas e algumas outras medidas e voce teria um verdadeiro êxodo, desinchando as cidades.

Imagine que a zona rural tivesse tudo isso, mais linhas regulares de ônibus, entrega regular de encomendas, energia elétrica estável, rede de água e esgoto. Fatalmente atrairia lojas, escolas e equipamentos de lazer de qualidade, como uma mistura de shopping com hotel fazenda.

Não é difícil imaginar um condomínio só de casas, com terrenos grandes, muita área verde e... cercadas por roças de cacau em plena produção, dentro do mesmo projeto, com laboratório para desenvolver chocolates, cafés com degustação, hortas provendo alimentos orgânicos para os condôminos.

Milhões de pessoas ficariam interessadas em morar no campo se ele tivesse o melhor da civilização sem os problemas decorrentes dela. Atelies de moda, de arquitetura, de arte, poderiam funcionar bem nesse ambiente, como acontece em Embu das Artes, próxima a São Paulo.

Uma migração para o campo teria um excelente efeito colateral, o de desinchar cidades que hoje estão travadas, como Itabuna, onde o trânsito parece o de uma capital, no mau sentido. A cidade geraria menos lixo, ficaria mais limpa, mais agradável, segura e tranquila.

Mesmo sabendo que nada disso vai acontecer, sonhar é de graça e eu precisava pelo menos mostrar a voce que uma alternativa é possível. Antes eram Jáder e eu. Agora somos três sonhando...

Posted at 11:52 PM


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03/10/20

Em professor não se bate

Um levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) me deixou triste e revoltado. Ele diz que o Brasil lidera as agressões a professores em escolas. Fico triste porque o professor é a pessoa mais importante em nossas vidas, depois de nossos pais.

Cabe a ele uma parte importante de nossa formação, não apenas escolar, mas para a vida. Cada professor que tive foi responsável por um pedaço de meu caráter e personalidade, de minhas qualidades. A vida foi responsável pelos defeitos...

Faço um parêntese para avisar que quando escrevo "professor" o faço para facilitar a comunicação. Voce é inteligente o suficiente para saber que me refiro tanto a homens quanto a mulheres. Eu jamais usaria a expressão imbecil "professox", coisa da pistolagem virtual do politicamente idiota que tomou conta de parte da imprensa.

Voltando ao assunto, acho inaceitável que o Brasil conviva com marginais nas escolas, pessoas que agridem alguém que dedica sua vida a ensinar, transmitir sabedoria, formar caráter. E não me refiro só a alunos, porque hoje em dia pais mal formados também se tornaram parte do problema.

Ao invés de educar e de repreender o filho rebelde, violento, arrogante, machista ou mau caráter, esses pais e mães vão à escola agredir professores que deram uma nota ruim ou chamaram a atenção da cria mimada. Pior, é um círculo vicioso, de pais defeituosos formando filhos defeituosos que serão pais defeituosos.

O levantamento da OCDE traz dados concretos. Dos mais de 100 mil professores no Brasil, 12,5% afirmaram ser vítimas de agressões verbais e intimidação de alunos. Em São Paulo, a GloboNews apurou que as agressões contra os professores cresceram 73% em 2018.

Já uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Professores de São Paulo aponta que mais da metade dos docentes da rede estadual já sofreu agressões, sendo as mais comuns a verbal (44%), discriminação (9%), bullying (8%), furto ou roubo (6%) e agressão física (5%).

Por favor, não imagine que os casos acontecem só em escolas públicas de bairros pobres. Não, a arrogância de muitos pais de classe média e ricos é igual. Porque pagam uma mensalidade, alguns acham que os professores são empregados e seus filhos, intocáveis. Levar uma nota baixa é inaceitável.

Eles incentivam o filho a se impor sobre os professores, a questionar qualquer ordem que não seja de seu agrado. Daí a violência quando eles percebem que só xingar não afetou o professor. É a frustração de quem não tem argumentos, de quem está errado mas não aceita "perder" uma discussão.

Mesmo se não houver agressão física, aquelas verbais causam todo tipo de danos psicológicos nos professores.

A Secretaria de Educação de São Paulo deu 3.055 licenças por doenças relacionadas ao estresse e à depressão em 2019. No Rio de Janeiro, a cada três horas um profesor recebe uma licença por estresse.

A Universidade de São Paulo (USP) elaborou uma cartilha sobre violência escolar onde lista alguns dos principais problemas de saúde sofridos pelos professores.

Começa com sintomas psicossomáticos, como dor de cabeça, tontura, náusea, diarreia, enurese, sudorese, taquicardia, dores musculares, alterações no sono. Segue por um estresse que aumenta a disposição para doenças.

Também diminui a resistência imunológica. A lista inclui ansiedade, medo, raiva, irritabilidade, inquietação, cansaço, insegurança, tristeza, isolamento, impotência, baixa autoestima, rejeição, angústia, depressão e, o mais perigoso, pensamentos suicidas.

A cartilha destaca ainda o prejuízo para os professores na socialização, aumentando o isolamento social, gerando uma insegurança que pode afetar sua confiança nas outras pessoas, a capacidade de se expressar em público, de resolver conflitos e de tomar decisões.

Tudo isso porque alguns pais não educam seus filhos.

Está na hora de mudar as leis para criminalizar os pais omissos pelos excessos dos filhos. Professor merece flores e respeito. O agressor, cadeia.

Posted at 3:38 PM


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25/09/20

Repetindo o erro com ACM

A política, principalmente a baiana, está cheia de histórias deliciosas, de intriga, traições, erros grotescos, avaliações mal feitas e de gente pagando pelos pecados. Um dos personagens da Bahia cometeu, neste mês, um erro muito parecido com um que lhe custou caro nos anos 80.

Nesta semana Benito Gama (ou "Grana", como era conhecido naquela época) foi destituído do comando do PTB na Bahia, levando esporro. Ele tinha fechado apoio a Bruno Reis, candidato de ACM Neto, para a campanha a prefeito deste ano, mas sem consultar Roberto Jefferson, presidente nacional.

Ocorre que Jefferson é bolsonarista e o prefeito de Salvador vem dando declarações contra o presidente, se alinhando com o PT e o PSDB nesta ofensiva. Jefferson não gostou nem um pouco, mandou o partido retirar o apoio a Bruno Reis e cortou as asas de Benito.

40 anos depois, Benito repetiu um erro em situação com um ACM envolvido. Nos anos 80 o ACM era o original, avô do atual e dono absoluto da política baiana, a ponto de eleger João Durval com menos de 30 dias de campanha, logo após a morte de Clériston Andrade numa queda de helicóptero.

Fazendo um parêntese, meu pai, Manoel Leal, estava destinado a morrer naquele acidente e não assassinado a mando de certo prefeito corrupto que todas sabem quem é. Clériston estava indo fazer comício em Firmino Alves, base de influência de meu pai, que iria com ele.

Porém, pouco antes da decolagem, Luiz Eduardo pediu a meu pai para ficar em Itabuna e ir no dia seguinte, de carro, com ele. Playboy inveterado naquela época, Luis queria curtir a noite numa boate antes de "trabalhar" na campanha. Anos depois se tornaria um dos maiores políticos que tivemos.

O helicóptero levava, além de Clériston e assessores, uma montanha de cartazes e papel pesa. Foi justamente o excesso de peso que fez com que a aeronave caísse, matando o candidato a menos de um mês da eleição. Perguntado no dia seguinte, por uma repórter, como faria para eleger outro nome, ACM foi irônico.

"Minha filha, eu elejo até um poste em 20 dias. se quiser posso eleger voce". Não era exagero e ele provou, buscando um sertanejo totalmente desconhecido fora de Feira de Santana, João Durval Carneiro, que ainda por cima era ruim de fala e ao vivo parecia muito com um poste. Foi eleito com folga. Assim era a força de ACM.

Voltando a Benito... numa eleição nos anos 80 ele começou a espalhar que seria o candidato a governador pelo grupo de ACM na disputa seguinte, porque "teria mais votos que Luis Eduardo" na eleição para deputados daquele ano. Tudo sem combinar com o cacique. ACM deixou quieto, não falou nada.

Dois anos antes, o médico Antonio Menezes, pessoa muito querida em Itabuna, amigo de meu pai e dono de um coração enorme, tinha cometido um pecado. Ele se recusou a cumprir uma ordem de ACM, que não respondeu nada, mas guardou a ofensa em seu saquinho de maldades.

Dono de uma memória prodigiosa, ela funcionava ainda melhor para quem fazia desfeitas a ACM. Ele esperou dois anos e viu a oportunidade de dar o troco nos dois ao mesmo tempo. Benito era candidato a deputado estadual, assim como Menezes. O primeiro teria realmente a maior votação naquela ano e o segundo "estava eleito".

Tudo isso até 30 dias da eleição, quando ACM ligou para meu pai e os outros homens de confiança que tinha no sul da Bahia com uma ordem insólita: "descarreguem todos os votos em Roland Lavigne, de Canavieiras". Atônitos, todos perguntaram "quem?" Ninguém sabia quem era Roland, mas cumpriram a ordem.

O resultado, antevisto por ACM muito antes do eleitor depositar seu voto, foi Benito ficar na quinta ou sexta colocação e Menezes perder uma eleição garantida. De quebra, ele fez uma nova liderança, totalmente obediente a ACM, que só definhou por erros próprios e com a morte do cacique.

Posted at 7:36 PM


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22/08/20

A primeira Live ninguém esquece

Nos anos 80 um comercial genial, criado por Washington Olivetto, dizia que "o primeiro sutiam ninguém esquece". Foi um marco da propaganda nacional, sensível, criativo e bonito. Lembrei dele porque, para mim, da primeira live ninguém esquece. Pelo menos eu não vou esquecer.

Não estava nos meus planos, até porque a maioria das lives que eu via eram de shows musicais e eu só toco "mp3". Porém, a dificuldade em levar entrevistados para o programa Mesa Pra 2 (toda quarta, 15h, na Morena FM) estava me deixando desanimado. As pessoas estão com medo de sair de casa.

Um dia vi Jamesson, do blog Agravo, fazendo uma live sobre política e me interessei. Ele me deu a dica do Streamyard.com, sistema maravilhoso para fazer lives, fácil de usar, com bons recursos, ótima qualidade de som e imagem, sem precisar instalar nada no PC e... grátis. Nos tempos atuais, grátis é ótimo.

Visitei a página, vi uns tutoriais e me animei. Apesar de usar e estudar a internet desde o nascimento dela, nunca tinha feito uma live. Fiz curso de TV na BBC, já tinha feito um vídeo falando do jornalismo durante a pandemia, para o pessoal de Jornalismo da Unime e faço o Mesa Pra 2 sempre ao vivo. Mas live eu nunca tinha feito.

Tudo bem, é ao vivo como o Mesa Pra 2, e usa os mesmos princípios de dirigir tv ou vídeo. É tudo parecido, mas não é igual. É como um poodle e um pitbull. Os dois são cachorros, mas vai mexer com o segundo...

O tema já era algo que eu venho estudando, a Comunicação Pós-Pandemia, uma verdadeira revolução na maneira como ela é feita, absorvida e trabalhada. Achar os convidados certos foi fácil. Tuca Souza, professor de Jornalismo da Unime, também é locutor na Morena FM e já participei várias vezes de suas aulas batendo papo com os alunos.

Tuca vem dando aulas online, outra novidade imposta pela pandemia, e também é daqueles que estão sempre observando e pensando no desdobramentos da comunicação. O outro convidado, Antônio Xavier, é professor de Comunicação da Uesc e Doutor em Semiótica pela PUC-SP.

Não pense que tudo correu às mil maravilhas. A Lei de Murphy existe para essas ocasiões... Já tinha feito testes antes e tudo funcionava direito. Mas, faltando 15 minutos para a live, adivinha... meu microfone gerava um eco e dava microfonia. Pânico? Não, eu nunca esquento a cabeça. Mas que é chato, é.

Descobri que uma aba do navegador, que eu estava incluindo na live, tocava o que entrava pelo mic e isso causava o eco e a microfonia. Resolvido isso, descobri que a transmissão, que ia para o YouTube e de lá para o site da Morena, não tocava nele e só podia ser visto pelo YT. Tudo isso "em cima" da live.

Demorei mas achei um quadradinho na configuração do YT que tinha que ser ticado para deixar outro site (o morenafm.com) retransmitir a live a partir dele. Pronto. Tudo resolvido! Só que não... Antônio entrava só com áudio ou só com câmera... ê, Lei de Murphy!

Antônio conseguiu resolver e, a partir daí, a live correu tranquila. O Streamyard também pega os comentários feitos no YouTube e mostra para mim no "estúdio", a página onde controlo a live. Dá para variar a imagem dos debatedores, colocar um sozinho na tela, me deixar menor e quem está falando maior, etc.

É preciso destacar a participação do pessoal que assistiu, fazendo bons comentários o tempo todo. Fui incluindo a maioria na live usando um recurso do Streamyard que torna isso bem fácil. Pensei que não teria mais nenhum trabalho, mas... até parece. Depois que acabou a live não sabia o que o YT faria com ela.

Entrei no canal da Morena FM e a live não aparecia. Configurei tudo o que podia e nada. Invoquei caboclos, rezei para São Webinho, apelei para Alá e nada. Então fiz o que já devia ter feito antes: consultei o tio Google. Descobri que o YouTube leva até 72 horas para processar o video e incluir no seu canal. Ufa!

Quando ele finalmente fez isso, configurei metatags, descrição, dica de vídeo que aparece no final, tela de introdução, etc. e a live está, para sempre, lá no canal de YouTube da Morena FM. Ele ainda não tem um endereço personalizado. Por enquanto parece a sigla atual do movimento gay, cheio de letras.

Para mudar isso preciso de sua ajuda, levando gente para se inscrever.

Só tendo mais de 100 inscritos o canal pode ter um nome mais curto e lógico. Enquanto isso, se voce quiser ver a live, pode ir neste loooongo endereço do YouTube ou assistir na página de lives do site da Morena FM, aqui.

Ah, sim, a próxima live já está marcada para o dia 27, quinta, às 19h. Ela será internacional e regional ao mesmo tempo. Calma, eu explico.

A live terá Carlos Santal, grande artista plástico, compositor e cantor de Itabuna que está morando há anos em Portugal. Ainda estou tentando contato com outro sulbaiano, que mora há décadas na Inglaterra. Nosso assunto será a vida deles lá fora, antes e, principalmente, durante a pandemia e seus efeitos na carreira.

Um adendo

No meio de vários comentários, Tuca recebeu o de um amigo de São Paulo dizendo o seguinte: "Excelente conteúdo, especiais participantes. Tivemos até um Falabella Leal". Como? Caramba, apesar de me sentir super honrado com a comparação, não chego nem na poeira do cara.

Miguel Falabella é um artista completo. Excelente ator, escritor, roteirista e diretor, sabe nos emocionar com o drama e nos matar de dar risadas quando faz humor. Nos últimos 30 anos eram dele as únicas coisas que assisti na Globo. ele é outro planeta.

Bom, o amigo de Tuca continua: "com muito respeito aos anteriores conteúdos que encaminhaste, este superou muito. Como dito ao final, sem academismo". O que mais gostei foi o "sem academismo", porque este é meu objetivo de sempre, discutir qualquer assunto de forma séria sem cair no academicismo, na sopa de dicionário.

As pessoas de maior cultura, de maior conhecimento e qualificação geralmente explicam de forma simples as coisas mais complexas. O pessoal que sabe menos ou que só se preocupa com sua imagem geralmente explica de forma complexa as coisas mais simples.

Se não teve academicismo, eu, Tuca e Antônio cumprimos nosso papel. E nada realiza mais que isso.

Posted at 2:34 AM


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07/08/20

Brasil é prisioneiro político do STF

A deslavada censura imposta por Facebook, Twitter e Google a qualquer um que defenda a cloroquina ou tenha opinião diferente da OMS mostra a burrice de depender de 3 empresas na comunicação. 100% dependente dessas redes sociais, sua opinião pode ser eliminada da internet facilmente.

Não há alternativa viável, porque os usuários se acomodaram em usar apenas as redes sociais, que não pertencem a eles. Um site próprio não pode ser censurado, pelo menos em países onde a democracia ainda vale. Não é o caso do Brasil, onde o STF eliminou a liberdade de expressão.

A cantora Madonna teve censurado pelo Instagram um post que mostrava médicos defendendo a cloroquina. Se colocar no Facebook, Youtube ou Twitter vai ser censurada do mesmo jeito. Note que não é uma censura legal nem ordenada pela Justiça. São empresas passando por cima de seus usuários.

No lugar dela, eu usaria as redes para pedir que as pessoas visitassem meu site, onde colocaria o que quiser. Me limitaria a usar as redes como maneira de levar visitantes ao site. Eu tive vários posts no Facebook censurados porque alguém que não gosta do que escrevo "denunciou". Tomei a decisão mais óbvia: não posto mais no FB.

O Brasil já foi um país democrático mas, a partir do momento em que a maior instância da Justiça ignora um dos princípios mais importantes da Constituição Federal, a liberdade de expressão e opinião, a democracia é anulada. Sem liberdade de pensamento não existe democracia. Simples assim.

Se o STF, a última área de recurso, cancela uma liberdade essencial para a democracia, a quem podemos apelar? Não é ao bispo, porque daqui a pouco até na religião os "sinistros" do Supremo vão querer mandar. Eles hoje se tornaram deidades, uma casta divina sem limites e sem controle.

Criado para defender e fazer cumprir a Constituição, o STF vem mudando artigos "nas coxas", tomando decisões que afrontam seus artigos, eliminando direitos que a carta magna da nação considera inalienáveis. A única maneira de fazer o STF voltar a se comportar democraticamente seria o Senado cassar os ministros que pisam na Constituição.

Porém, mais da metade dos senadores têm rabo de palha seca, que pode pegar fogo em instantes se o STF não defendê-los da Polícia Federal e dos juízes de primeira instância. Então fazem uma dança imoral. O Senado finge não ver os atentados à democracia do STF e este se faz de cego em relação aos crimes dos senadores.

O pior desta situação é o cinismo da esquerda nacional. Os mesmos militantes que passaram anos criticando os governos militares por censurar jornalistas aplaudem o STF quando censura jornalistas favoráveis a Jair Bolsonaro, quando prende blogueiros e humoristas por pensar e se expressar.

Entidades como CNBB, Associação Brasileira de Imprensa, OAB, Anistia Internacional, Reporteres Sem Fronteiras e Fenaj, amplamente ligadas e controladas por pessoas da esquerda, se calam em relação à mordaça imposta pelo STF a jornalistas, artistas e blogueiros.

Não que seja alguma novidade. A esquerda sempre criticou os militares daqui por censurar e "matar opositores", mas aprova e apoia ditaduras comunistas e socialistas que eliminaram milhões de pessoas pelo simples fato de ser oposição, como em Cuba, onde jornalistas são mortos pelo Estado, Venezuela e Nicarágua.

Elas se juntam a megaempresas de comunicação que ganharam milhões com os governos petistas, vendendo sua linha editorial para proteger os partidos aliados e omitir seus crimes. Se não fosse a internet, até hoje o mensalão, o petrolão e os outros crimes da era petista estariam escondidos embaixo do tapete.

Foi a liberdade da internet que impediu o PT de criar um conselho para controlar a imprensa, de expulsar jornalista porque não gostou da opinião dele sobre Lula. Foi a internet que nos livrou da quadrilha petista derrotando Haddad, o novo poste do PT, e elegendo Bolsonaro.

O Brasil é um país conservador nos costumes e liberal na economia, mas estava preso na camisa de força da esquerda, libertina nos costumes e comunista na economia. Justamente por ter força para impor a vontade do brasileiro aos políticos, a internet é o principal alvo dos corruptos e da esquerda.

Sua arma é o STF, onde pedidos, mesmo absurdos, de partidos nanicos da esquerda (ou seja, sem representatividade na sociedade) são acatados em tempo recorde para emperrar o governo, limitar liberdades, impedir o programa que nós escolhemos nas urnas, democraticamente.

Sim, o Brasil elegeu Bolsonaro para executar o que pregava na campanha, de escola sem partido ao direito de ter uma arma em casa para se defender. Hoje, o único presidente a fazer o que prometeu na campanha é impedido de fazê-lo por uma milícia do pensamento que não tem a maioria do povo, mas está armada com Toffoli, Gilmar. Lewandovsky, Fachin et caterva.

Hoje, uma minoria com poder massacra uma maioria indefesa. Era assim logo antes da independência americana e da revolução francesa. É assim que muitas revoluções armadas começam...

Posted at 3:54 PM


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24/07/20

Um virus bem mais difícil de matar

Eu sei que voce ainda acredita que prefeitos e governadores estão preocupados com a saúde da população neste momento de pandemia, mas eu não tenho mais esta ilusão. O que começou como uma emergência séria virou uma oportunidade única para desvios e enriquecimento.

Quanto mais demora a pandemia, mais verbas federais são enviadas a prefeitos e governadores para ser usadas sem licitação nem controle. Obras não precisam ser iniciadas ou continuadas, serviços podem ficar precários desde que a Saúde seja mantida e a fiscalização desaparece.

Não me surpreendi com a descoberta de prefeitos registrando como "por coronavirus" mortes de pessoas que tiveram infarto, AVC e até câncer. Um grande número de óbitos por Covid-19 garante um valor muito maior de recursos para controlar a epidemia na cidade. Sem casos, sem grana extra.

Na minha cidade, Itabuna, o prefeito sentou em cima dos R$ 68 milhões que recebeu neste ano apenas para o combate ao coronavirus. Todos esperavam que ele gastasse tudo rapidamente, em compras superfaturadas e com gordas comissões para ele e sua família. É o retrospecto do sujeito.

Ao invés disso, não gastou em nada, preferindo deixar a população indefesa diante do virus. O dinheiro daria para construir 3 hospitais, com sobra. Mas ele não comprou nenhum respirador, não instalou nenhuma UTI, não contratou nenhum médico, não abasteceu a rede com remédios nem insumos.

Há a desconfiança de que não gastou nada porque não encontrou uma maneira de desviar sua fatia. Talvez perceba que a Polícia Federal está caçando, duramente, os secretários, prefeitos e governadores que desviaram o dinheiro que deveria salvar vidas. Vários já estáo na cadeia ou respondendo a impechment.

Porém a PF terá um trabalho ainda maior a partir de agora. Preocupado com a saúde da população, o Governo Federal emitiu uma MP em março, aprovada hoje pelo Senado, para agilizar as compras de materiais e os gastos de prefeitos e governadores para o combate ao coronavirus. A intenção foi a melhor possível, mas...

Como observou o ministro da CGU, a corrupção na saúde já corria solta muito antes da pandemia. É endêmica. A regra dos gestores públicos no Brasil é roubar para si e os amigos. A exceção é sair da prefeitura ou do governo morando na mesma casa, com o mesmo patrimônio.

Então, apesar das boas intenções, a MP tratou bandidos como gente honesta e o resultado é previsível. Com ela, a compra de equipamentos, medicamentos, contratação de bens e serviços podem ser feitos sem licitação. A exigência é que seja feita "em situação de emergência, com risco à segurança de pessoas".

Não é preciso ser vidente para saber que toda compra a partir da MP é "em situação de emergência, com risco à segurança de pessoas". A MP também libera a contratação de empresa que não está em dia com impostos nem regular em caso de "restrição de fornecedores". Ou seja, sempre haverá restrição de fornecedores.

Os contratos terão duração de até seis meses, podendo ser prorrogados por períodos sucessivos "enquanto a emergência de saúde pública durar, com acréscimo de até 50% do valor inicial". Esqueça o "até", ele será sempre aplicado e pelo valor máximo.

As cidades vão esticar a emergência ao máximo, mantendo pelo menos uns 10 casos ativos mesmo que o virus seja erradicado no país. Se não houver casos, cria-se... Esta pandemia mudou o mundo para sempre, sem volta. Mudou a economia, as relações de trabalho, o lazer, a cultura, o esporte, o ensino, a saúde, tudo.

O que eu espero é que também mude a impunidade histórica do Brasil e que milhares de prefeitos e governadores passem uma temporada na cadeia pelas fraudes que vêm fazendo com as verbas, bilionárias, que o Governo Federal repassa para combater o virus.

Acabar com o coronavirus será mais fácil que erradicar o virus da corrupção nacional.

Posted at 10:42 PM


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16/06/20

Brasil precisa de revolução jurídica

A vitalicidade do cargo para ministros do STF e sua indicação pelo presidente de plantão gerou uma corte ditatorial e impune, onde cada componente atua como uma divindade, sem aceitar críticas, mesmo quando estupra a Constituição Federal que tem o dever de defender. Além disso, mostra baixa qualificação.

Da maneira como hoje são formados os Tribunais de Justiça e as cortes nacionais, decididos exclusivamente pelo governante e sem possibilidade de mudança antes da morte ou da idade limite, eles não representam a sociedade, nem mesmo a judiciária.

Não faz sentido, por exemplo, um advogado sem qualquer experiência em julgar causas ser nomeado para uma corte que depende de sua capacidade de julgamento. O STF tem vários. Tribunais e cortes superiores deveriam ser exclusivos de juízes, que passam anos aprendendo, na prática, as muitas nuances de um julgamento.

Hoje o STF, uma corte de julgamentos, só tem três membros que foram juizes, Luiz Fux, Rosa Weber e Lewandowski. Cinco deles eram procuradores: Barroso, Fachin, Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Carmem Lúcia. Já Celso de Mello e Alexandre de Moraes foram advogados e promotores. Dias Toffoli foi só advogado.

Por isso é preciso mudar a maneira de compor as Cortes do judiciário, melhorando sua capacitação, acabando com as razões pessoais e políticas da nomeação (Lula e Dilma só nomearam quem era claramente de esquerda, Bolsonaro vai nomear de direita), com o "ser grato" a quem indicou (a soltura de Lula e Dirceu são exemplos óbvios).

Minha proposta é de que desembargadores de TJs sejam eleitos com 60% de votos dos juizes do estado, 20% dos promotores e 20% dos advogados. Assim, o eleito teria representatividade ampla. Mas só juízes com pelo menos 10 anos de atividade prática poderiam concorrer, tornando o TJ o ápice da carreira dentro do estado e levando para a corte pessoas com experiência em julgar.

Para o STJ, STF e TSE só poderiam concorrer desembargadores, eleitos por 60% de votos dos desembargadores de todos os estados e 40% de todos os juízes do país. Assim, estes tribunais seriam o ápice da carreira judicial a nível nacional. Só chegaria ao STF, por exemplo, quem provou sua competência de julgamento num TJ.

O mandato de todos, de TJs a cortes superiores, seria de 10 anos, sem possibilidade de reeleição, em tempo algum. Em caso de morte ou afastamento de um desembargador ou ministro, seria dado posse ao segundo colocado na eleição. No caso de impedimento deste, ao terceiro e assim por diante.

Isso evitaria novas eleições em caso de vacância e os custos que teria. As eleições seriam casadas, para que o desembargador que está saindo possa concorrer a uma vaga nas cortes nacionais. A transição seria feita mantendo apenas os atuais ministros e desembargadores com menos de 10 anos no cargo.

No caso, hoje seriam mantidos Luiz Fux (entrou em 2011), Rosa Weber (2011), Luiz Roberto Barroso (2013), Edson Fachin (2015), Alexandre de Moraes (2017). Sairiam Celso de Mello (1989), Marco Aurélio (1990), Gilmar Mendes (2002), Lewandowski (2006), Carmem Lúcia (2006), Dias Toffoli (2009). A idade limite seria mantida.

Outra mudança que poderia ser benéfica é a criação do comitê de triagem. Ele seria formado exclusivamente por juízes com amplo conhecimento das leis e faria uma avaliação prévia da admissibilidade de uma ação.

Isto evitaria, por exemplo, que o STF julgue nomeação de pessoal pelo presidente, que é competência exclusiva dele. Ou a validade de uma lei aprovada pelo Congresso, que tem o direito constitucional de criá-las. Ações indevidas seriam rejeitadas sem tomar o tempo dos ministros.

Posted at 2:43 PM


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07/06/20

Números são honestos, pessoas não

Outro dia li um artigo sobre como a matemática é mal ensinada no Brasil, em especial nas escolas públicas. Nossas crianças e jovens não aprendem sobre estatística, probabilidade ou combinações, e o resultado é que não sabem interpretar dados, informações, números ou gráficos.

Citei porque o brasileiro, na média, não sabe interpretar os números do coronavírus, por isso fica na mão de jornalistas da grande mídia que não se importam em passar a informação correta e a situação real para as pessoas. Não que inventem, mas aproveitam essa deficiência da população para manipular a realidade.

Motivos? Além do viés puro e simples de veículos que são contra Bolsonaro, desde que ele cortou mais de um bilhão de reais em verbas que iam para meia dúzia de veículos na era do PT, existe o de sempre. Notícia ruim vende jornais e dá audiência a rádios e tevês. Notícia boa, não.

Isto já foi provado inúmeras vezes ao longo das últimas décadas. Basta ver que as maiores audiências foram todas sobre desastres, mortes, acidentes graves, crises políticas e coisas do tipo. Cite uma notícia positiva de grande repercussão que tenha visto ou lido de janeiro para cá. Pois é, voce não lembra de nenhuma.

Mas o que isto tem a ver com o coronavirus? Tudo. Antes me deixe explicar que, quando falo de "grande midia" quero dizer Folha de SP, O Globo, TV Globo, Estadão, UOL e outros deste tamanho, a mídia feita nas capitais, em sua maioria de esquerda, em sua maioria órfã dos milhões que recebia de Lula e Dilma.

Ela não é a mídia nacional. O conjunto de mais de 5 mil emissoras de rádio, de milhares de jornais e sites noticiosos do interior é que refletem a alma nacional. São eles que procuram dar as notícias da forma mais honesta possível. São veículos menores, que vivem perto de seus leitores e ouvintes, conhecem sua realidade e também são afetados por ela.

Voltando ao coronavírus, o mais recente "escândalo" é o fato de o Ministério da Saúde divulgar os casos ativos e não os acumulados da doença. Eu, como jornalista no jornal A Região e no Jornal das Sete da Morena FM, já não divulgava o acumulado e por uma razão óbvia. É um dado inútil, que só serve para causar alarme e pânico sem necessidade.

Impressiona todo mundo dizer que neste domingo o Brasil tem 678 mil casos de coronavirus, mas isto é falso, porque é passado. Metade deles (338.162) já foram resolvidos. 302 mil pacientes foram curados e 36 mil morreram. Estes casos não têm qualquer influência hoje em nossa vida.

O que tem importância e, portanto, deve ser o foco da divulgação do ministério e da mídia, são os casos ativos. São eles que mostram a realidade. A mídia devia estar comparando a quantidade de casos ativos, pessoas com sintomas leves e graves, semana a semana. Isto mostra, de verdade, se a pandemia está crescendo ou diminuindo.

Neste domingo, o Brasil tinha 340.198 casos ativos, dos quais 331.880 (98%) são de pessoas que não têm sintoma algum (nem tosse, nem febre, nem nada) ou apenas sintomas leves, como o de um resfriado comum. Outras 8.318 (2%) estão com sintomas graves e internadas em UTI. Destas, pelo retrospectro da doença, 5% a 6% vão morrer.

Um dado muito importante que a grande mídia faz questão de ignorar é que este percentual de casos ativos com sintomas graves vem caindo desde o meio de maio. Ele era de 11%, caiu para 9%, depois 8%, 6% e na sexta-feira passada, dia 8, estava em 3%. Neste domingo é de apenas 2%.

Isto mostra que a parte grave da pandemia está passando, que o pico já ficou para tras. Dê uma olhada neste gráfico, do site World Ometers, que mantém os números da pandemia no mundo em tempo real. Note a curva da linha de baixo, é a do índice de mortes. Observe que o pico de sua curva está no meio, no dia 14 de maio: 14,9%.

Agora veja como, a partir daí, este índice vai diminuindo, até chegar a 4 de junho com 10,64%. Já a linha de cima é a do índice de curados. Seu ponto mais baixo foi em 11 de maio, com 85,03%. Ele foi subindo e em 4 de junho estava em 89,36%, quatro pontos acima.

Juntando as coisas. Voce tem um índice de cura que está crescendo e um de mortes que está caindo. Mais importante que isso é o percentual de casos graves dentro dos ativos, de apenas 2%. Significa que apenas 2% de quem pega o vírus hoje precisa ser internado. Um número que era de 11% há duas semanas.

A situação está melhorando e a pandemia passando, mas a grande mídia não vai ter audiência falando isso. Ela precisa manter o que ganhou de atenção por mais tempo, torce para a pandemia demorar mais. Por isso fala em casos acumulados para dizer que "batemos recorde".

Claro, todo dia haverá mais casos acumulados, logo todo dia é recorde, de casos e de mortos. Só que isto não significa absolutamente nada. O que existe de real é que, apesar do número de novos casois ainda estar aumentando, o de sintomas graves vem caindo drasticamente. Breve só haverá pessoas com sintomas leves, inofensivos.

Voltando ao início, se a matemática fosse ensinada de forma mais inteligente, nossa população saberia compreender os números e dados da pandemia e não se deixaria enganar pela manipulação das informações. Só 16% de todos os que terminam o ensino médio sabem matemática de forma adequada. E mesmo estes não aprenderam a ler dados.

É mais um item para a nação resolver depois da pandemia.

Posted at 7:38 PM


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29/05/20

A ditadura do STF censor

É até um pleonasmo falar da completa ilegalidade da ação aberta pelo STF (a suposta vítima) para ele mesmo investigar se houve crime contra ele. É o exemplo perfeito de ditadura, onde quem manda é polícia, juiz, jurado e executor num só. Pior, o inquérito visa apurar um crime que não tem definição legal, logo, inexiste.

Todas as "provas" coletadas das pessoas que o ministro Alexandre de Moraes atacou são inúteis, porque ilegais. Mesmo que ele depois encaminhe as denúncias para o Ministério Público (que tem a prerrogativa legal de abrir investigações), os promotores vão ignorar todas e não terão alternativa a não ser arquivar.

O STF, nos últimos anos, se tornou uma excrescência legal. Criado para ser a última instância do judiciário e analisar casos que atentem contra a Constituição, ele virou um Estado. Interfere no Executivo, chegando a impedir nomeações e demissões ou mudanças de ministérios, prerrogativas exclusivas do Presidente da República.

Interfere no Legislativo, anulando sessões, ordenando votações e criando leis, prerrogativas exclusivas dos deputados e senadores. Abre investigação, usurpando o papel exclusivo do Ministério Público. Manda fazer busca e apreensão ilegalmente, muda leis sem passar pelo Congresso.

O pior é que, tudo o que o STF está fazendo visando unicamente tornar inviável o governo e derrubar um presidente eleito pelos brasileiros se torna jurisprudência. Significa que todas as ilegalidades do STF serão invocadas em ações futuras e darão respaldo a quem invocar.

Nesta semana o STF, na prática, recriou a censura, abolida pela Constituição depois de longa luta dos brasileiros. A partir de agora, quem falar mal do STF ou alguma de suas deidades ficará sujeito a receber a visita da Polícia Federal na porta, às 6 da manhã, armada.

A esquerda, em especial deputados do PT e PSOL, comemoraram a ação do STF, mas não deviam. Se hoje é permitido que ele censure e persiga quem defende Bolsonaro, amanhã a mesma medida pode ser usada para perseguir a própria esquerda. É a tal da jurisprudência.

Essa esquerda doentia e obtusa deve lembrar que os próximos três ministros da corte serão nomeados por Bolsonaro. Basta um para fazer o mesmo papel de Alexandre de Moraes, respaldado pela precedência que ele criou. Mas não acredito que o presidente deseje isso.

Apesar de muita gente confundir seu direito a criticar a imprensa com "ser contra a liberdade de expressão", seus atos (e os não atos) provam o contrário. Ele é massacrado por Folha de SP, Estadão, UOL e Globo todo dia, muitas vezes com deturpação de suas falas, manipulação de dados e informações, manchetes que destoam do texto.

Porém, até hoje, não tomou uma única ação de retaliação ou vingança contra eles. Bolsonaro não expulsou nenhum correspondente estrangeiro que repete os ataques da mídia gauche, como Lula fez e depois teve que voltar atrás. Não tentou cirar um "conselho" para controlar a impresa, como Lula e Dilma tentaram.

Não usou o dinheiro público, da Saúde, da Educação, da Segurança para pagar jabás e comprar a opinião desses mesmos veículos da mídia, que recebiam cerca de R$ 1 bilhão por ano para ignorar as falcatruas da quadrilha, elogiar as medidas e avalizar as mentiras dos governos petistas. Não usou a PF para perseguir ninguém, como fez o STF.

Ele critica duramente a imprensa, sim, mas qualquer pessoa com meio cérebro sabe que se refere a estes veículos e não à toda a imprensa. Eu sou imprensa duas vezes, no jornal A Região e na Morena FM, cresci com o exemplo de meu pai, Manoel Leal, de jornalismo investigativo, implacável e de opinião. E nunca me senti atingido por Bolsonaro.

O discurso duro contra a imprensa é direito dele, meu e seu. Assim como criticar o STF, o Congresso ou qualquer funcionário público, porque é isso que todos eles são. É nosso direito e também do presidente da República. O que ele faz é muito mais importante que o que ele diz quando está irritado.

Todos os atos, todas as ações, todas as medidas tomadas por Jair Bolsonaro desde que assumiu a Presidência são de defesa da liberdade de opinião e da liberdade da imprensa que, por sinal, ele incluiu entre os serviços essenciais para evitar que algum governador ou prefeito mandasse fechar quem o critica alegando o lockdwon da pandemia.

Existem abusos por parte de apoiadores de Bolsonaro? Sim, existem, como ameaçar ou atacar jornalistas da mídia gauche. É inaceitável, até porque eles apenas coletam as informações. Quem escreve as matérias e manipula os dados são outras pessoas, por ordem de um chefe. E nem esses devem ser ameaçados. A imprensa tem que ser livre.

O jornalista precisa ser protegido e os agressores processados e punidos, mas não se pode jogar essas agressões na conta de Bolsonaro, nem mesmo alegando que seus discursos "incentivam" a violência. Em nenhum momento ele falou em atacar jornalistas e já reiterou, várias vezes, que "as culpa não é de voces (repórteres) e sim dos editores".

Democracia requer imprensa livre e também a disponibilização da informação para todos, não só para aliados.

Enquanto Lula dava entrevistas só para blogueiros pagos para defendê-lo ou de esquerda e Dilma só falava com veículos amigos, Bolsonaro atende a todos, expõe sua opinião e as medidas do governo abertamente no Twitter e no Facebook, aberto a qualquer veículo. E faz "coletivas" diárias na porta do palácio.

Lula e Dilma falavam todo dia em "valorizar" os veículos do interior, em "democratizar a mídia", mas concentravam toda a verba federal em uma dúzia de veículos "aliados e coniventes", que ficaram milionários durante a gestão da quadrilha. Bolsonaro cortou a propaganda que não fazia sentido e democratizou o resto.

Hoje a Morena FM, por exemplo, recebe mídia federal todos os meses, assim como milhares de rádios do interior que eram ignoradas ou recebiam contratos tão pequenos que o custo de envio dos documentos por Sedex anulava o lucro. Na gestão atual, os contratos são decentes e o envio é eletrônico, online.

Tão importante quanto a liberdade de imprensa, mas ignorada pelos grandes veículos da mídia, é um marco na história dos governos civis no Brasil: um ano e meio sem nenhum caso de corrupção no governo. A mídia se acostumou tanto com a roubalheira desenfreada dos antecessores que se nega a admitir que este é honesto.

Honesto na gestão e na opinião, doa a quem doer. E o que mais doi nos opositores é o fato de Bolsonaro ser autêntico e franco. Fala o que pensa e não coloca uma "máscara social" quando vai a público. Ele é o que é, sem maquiagem. Talvez por isso consiga fazer o que Sarney, Collor, Lula e Dilma nunca puderam: andar na rua sem ser xingado.

Existe sim ameaças à liberdade de opinião, mas não vem dele e sim do STF e de parcela do Congresso.

A eles, o recado: não nos renderemos.

Posted at 10:57 AM


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O tiro no pé de Celso e Moro

Eu tinha certeza de que o vídeo da reunião daria razão a Bolsonaro. Não por desconfiar de Moro, que continuo admirando como juiz, pessoa, ex-ministro. Só não gostei da maneira como resolveu sair do governo. Para mim, fizeram sua cabeça para virar político. Da pior forma. Mas o vídeo destroçou sua alegação.

O que eu vi no video da reunião de Bolsonado com os ministros mudou minha opinião. Se antes eu achava que a equipe era boa, agora estou orgulhoso do time que está tocando o país. Foi uma reunião fechada, que em qualquer país é secreta por força de lei. Só aqui, no quintal do mundo, se abre um vídeo desses.

Mas ainda bem que abriram. O que eu vi foi uma equipe comprometida e entusiasmada em servir o país, orgulhosa do que vem fazendo. A Damares defendendo os valores de ciganos e quilombolas, os idosos e mulheres agredidas. Ela denunciou a prisão de idosos, mulheres e até crianças por ordem dos governadores e prefeitos.

"Vamos abrir processo contra todos e pedir a prisão deles". Tudo bem, é um exagero gerado pela indignação dela (e minha, e de Bolsonaro, patente no vídeo). Mas ela também denunciou uma tentativa de infectar índios em Roraima com coronavirus para "dizer que estamos dizimando índios e jogar nas costas do presidente". A denúncia é séria.

A bronca do presidente, lembrando que é o chefe, que é sua prerrogativa e que vai interferir em todos os ministérios é normalíssima. Coisa normal na vida de qualquer empresa grande que tenha CEO, de qualquer governo democrático e, muito mais, nos comunistas e socialistas.

É óbvio e claro que ele reclamou da falta de informações vindas da PF, Abin, da inteligência das Forças Armadas e todo mundo. Não reclamou que a PF não informa o que ele quer, muito menos pediu dados de ações específicas. Reclamou foi da ineficiência no fornecimento de informações para a tomada de decisões.

Bolsonaro está certíssimo em reclamar disso, porque informação qualificada é fundamental para um governo tomar decisões e evitar crises. Não é à toa que os Estados Unidos tem uma dúzia de agências de inteligência, assim como Inglaterra, França, Alemanha, etc.

A mídia gauche, aquela que ficou milionária com Lula e odeia Bolsonaro por não pagar jabá nem mensalinho para jornais, ficou sem norte. Percebeu que nada do que Moro afirmou é bem verdade. Se tratou mais de uma interpretação errada do ex-ministro. Passou a procurar detalhes mínimos para criar factóides.

Desabafos de ministros indignados com a canalhice que o STF ou o Congresso pratica, ideias soltas, comentários bobos em uma reunião que, lembro, era privada, tudo isso virou novos "escândalos", "motivos para impeachment". Quanta besteira. Até a frase do Weintraub, apesar de pesada, é o retrato fiel dos políticos de Brasília.

Bateram porque Bolsonaro disse que "população armada nunca é escravizada", querendo criar um escândalo porque ele "quer armar o país". Um lembrete para esse pessoal: Bolsonado foi eleito defendendo a liberação de armas e nós o elegemos porque concordamos com ele.

A Janaína Pascoal, para raiva da esquerda, que vem usando suas críticas contra o presidente, resumiu assim: "Eu não sei se eu estou vendo a fita que vinha sendo anunciada. Realmente não sei. A fita que eu estou vendo reelege o presidente", escreveu a deputada no Twitter.

O que fica do vídeo é um presidente íntegro, comprometido com as liberdades, com o progresso do país, honesto, firme, franco, corajoso, preocupado com as pessoas. Desbocado? Sim, ele também é, e daí? Ao contrário dos antecessores, não é falso, não coloca uma máscara para enganar os trouxas.

Ele é o que é. Pra mim está ótimo.

Posted at 10:45 AM


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17/05/20

O comércio no pós-coronavirus

Não vai existir "volta à normalidade". Aquele normal não existe mais. O que vai aparecer é a nova economia "normal". O setor turístico, por exemplo. Quanto tudo for liberado, nem por isso será fácil viajar nas férias. Haverá menos empresas aéreas, com menos aeronaves e menos destinos, com passagem mais cara.

Os hotéis no destino também serão menos, com preços mais caros e dificuldade em achar um quarto vago na alta temporada. Alugar um carro será igualmente difícil. Usar o transporte público será uma boa opção apenas em lugares onde ele foi preservado, que não serão muitos. Viagens curtas no próprio estado aumentarão.

Tomar café numa mesinha na calçada, fazer um lanche, almoçar num restaurante ou comer uma pizza à noite será algo muito limitado, seja pelo fechamento de boa parte deles (se estima em metade), seja pelos preços mais altos, com maior custo de alimentos e serviços. Mas o setor deve voltar a crescer rápido, com novos operadores e maior demanda.

O uso das máscaras vai virar rotina em restaurantes, bares, salões de beleza e em empresas com atendimento direto ao público. Fabricar e vender máscaras será (já é) um negócio rentável e permanente. O delivery, não só de de comida como de qualquer outra coisa, vai explodir nas cidades.

Os lojistas finalmente vão manter permanentemente o que sugiro desde 2000: um site vendendo para a própria cidade, com entrega no mesmo dia usando motoboy ou carro da firma. Isto vai reforçar o poder econômico das lojas locais, gerar empregos e trazer de volta as vendas tomadas pelas grandes redes online nos últimos anos.

As lojas físicas tenderão a ser menores, mais preocupadas em servir como mostruário e cativar clientes que para efetuar a venda dentro dela. As mais inteligentes vão criar nas lojas atrações como desfile de nova coleção para grupos de clientes (roupas e sapatos), demonstração de eletros, aulas e cursos ligados aos produtos que vende.

A necessidade de espaços menores vai mexer com o mercado imobiliário e facilitar a aparição de pequenos "malls" com 20 ou 30 lojas pequenas e opções de alimentação, uma espécie de micro-shopping. Eles poderão ser instalados em terrenos pequenos, em área aberta, com investimento infinitamente menor que o de um shopping center.

O próprio shopping poderá dividir lojas maiores em duas ou mais menores, acompanhando a tendência de necessidade reduzida de espaço. Com isso poderá ter uma diversidade maior de produtos e serviços, aliados à praça de alimentação, cinema e outras atrações de lazer.

Lojas grandes vão virar galerias com 10 ou 20 lojinhas, que vão faturar mais com a venda online e entrega em casa do que com as físicas no local. A revolução no formato do comércio de rua vai diminuir o fluxo de carros, a necessidade de ônibus e de estacionamentos no centro.

Lojas que terão a maior parte das vendas online, seja via site ou WhatsApp, poderão ser instaladas em qualquer lugar, sem a obrigação de estar no centro ou em bairros com mais comércio. Esta mudança vai impactar no uso do transporte público, já que a tendência será contratar pessoas do próprio bairro.

A menor necessidade de vendedores in-store vai ser compensada com a maior de entregadores, de pessoal qualificado para o controle das vendas online e das entregas. A explosão do delivery vai aumentar as vendas de motos e as oficinas de sua manutenção. Surgirão empresas dedicadas a motoentrega das outras.

As lojas de eletros, eletrônicos e materiais de construção mais espertas vão incluir a instalação no processo de entrega, gerando demanda por profissionais como eletricistas, montadores, instaladores, pedreiros, encanadores e cursos técnicos para enfrentar esta necessidade.

Restaurantes e bares serão exceção. Apesar do reforço no faturamento com delivey, o forte continuará sendo a operação física, que até deve aumentar nos próximos anos devido à demanda psicológica reprimida. As pessoas darão mais valor aos encontros com amigos e a sair para comer fora.

A maior concorrência, com mais lojas no mercado, e a necessidade de firmar no consumidor o costume do delivery vai gerar uma maior demanda por mídia de massa, principalmente o rádio. A consequência será, em pouco tempo, uma "fila de espera" por espaço para anunciar, porque a lei impõe limites de propaganda por hora.

Poucos setores, como padarias, supermercados e frigoríficos, continuarão mais ou menos como hoje. Os outros enfrentação uma mudança radical na maneira de vender e no comportamento do consumidor.

Vai se dar melhor quem entender que a economa de antes não existe mais.

Ela se divide entre AC e DC. Antes e Depois do Coronavirus.

Posted at 1:51 PM


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08/05/20

Salvar o Yin sem salvar o Yang

Feche os olhos (depois de ler este parágrafo, claro). Imagine sua cidade sem bares, restaurantes, lanchonetes, farmácias, supermercados, lojas, sinal de celular, acesso á internet, rádio, televisão, feiras, frigoríficos, postos de combustível, escolas, clínicas, hospitais, forncedor de água, coleta de lixo. Dá para viver nela?

A discussão entre "salvar vidas" e "salvar empresas" é uma idiotice. Me lembra o radicalismo verde de exigir que nenhuma folha seja mexida e que tudo fique intocado, mesmo que falte comida para as pessoas. Um colunista imbecil do UOL, por exemplo, postou "Elite vai ao STF mais preocupada com morte de CNPJs do que de CPFs".

O colunista usou, para postar, um PC feito por um CNPJ, a energia elétrica e a internet fornecidas por um CNPJ, em cima de uma mesa vendida por um CNPJ, num apartamento construído por um CNPJ, enquanto comia um lanche com alimentos plantados e vendidos por um CNPJ. Mais tarde vai limpar o cérebro com papel higiênico vendido por um CNPJ.

De onde ele pensa que vem a comida, o papel higiênico, a pasta de dente, os remédios? Será que imagina que brotam do chão? Ele se soma a uma multidão de esquerdistas sedentos apenas de odiar o presidente, eleito pelos brasileiros para executar seu projeto de governo - não o da esquerda.

A ideia por trás da idiotice é a seguinte. O governo deve trabalhar somente para salvar pessoas durante a epidemia, ignorando todas as outras coisas que, por sinal, fazem parte de sua obrigação. Não querem que cuide da economia porque sabem que um país quebrado facilita a volta da esquerda pregando milagres.

Mas não adianta salvar as pessoas do virus se elas não tiverem o que comer em seguida. Vão morrer de fome. Não adianta trancar tudo para salvar os 10% dos infectados que morrem em decorrência do virus se isso significa ameaçar a vida dos outros 90% por falta de remédios, comida, eletricidade, água.

Supermercados e farmácias não se abastecem sozinhos. Crianças não são educadas sem escolas. Lojas de roupa precisam das fábricas, como o cidadão precisa da loja para não andar nú ou em farrapos. A não ser que saiba costurar, mas também não terá onde comprar agulha, linha e tecido se todas as lojas quebrarem.

Existe a fase em que o comércio fechado gera prejuízos e demissões, a atual, mas o governo federal foi exemplar nas medidas que tomou. A perda de empregos e o fechamento de empresas foi imensamente menor do que seria ou do que aconteceu, por exemplo, nos Estados Unidos. Só de desempregados ele já tem 36 milhões a mais que há dois meses.

No Brasil, o adiamento de parcelas de empréstimos, novos empréstimos com garantia do Tesouro, pagamento de parte dos salários pelo Governo Federal, adiamento de impostos, entre outras, foram medidas inteligentes que colocaram o país à frente dos europeus.

O problema é entrar na segunda fase, aquela em que o fechamento das empresas já dura tanto que nem essas medidas são suficientes para evitar a falência da maioria e o desempego em massa. Algo que o ministro Paulo Guedes chama de "desestruturação da economia". Eu chamo de caos.

É a situação em que as empresas que sobraram não conseguem mais produzir o suficiente para a necessidade das pessoas. Quando supermercados ficam com as prateleiras vazias, faltam remédios essenciais, o combustível é racionado, assim como a água e a energia elétrica. É o que acontece na Venezuela, só que lá começou bem antes da pandemia.

A falência em massa gera milhões de pessoas sem dinheiro para as necessidades básicas e menos consumidores, o que gera mais falência e desemprego. A decadência do comércio, da indústria e dos serviços reduz enormemente a arrecadação de impostos, o que leva as prefeituras e estados a também falir.

Com menos dinheiro arrecadado com impostos, nenhum governo poderá pagar Bolsa Família, auxílios e benefícios, manter escolas públicas nem serviços essenciais, consertar estradas, manter a iluminação das ruas, a segurança, o transporte, muito menos o SUS.

Quem trabalha na rua não terá onde almoçar, por falta de restaurantes. Se voce precisar de lâmpada, disjuntor, uma resistência de chuveiro, reparo de torneira, cola, ferramenta, pilhas, um chaveiro para abrir a porta, um encanador, um eletricista, água mineral, gás, absorvente, shampoo, sabonete, seja lá o que for, não vai encontrar.

A discussão sobre salvar CNPJs ou CPFs é idiota porque os dois são uma coisa só. Um CNPJ é formado por CPFs e trabalha para manter a vida dos CPFs. Salvar só um ou outro é não salvar ninguém.

Posted at 11:37 PM


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04/05/20

Quem ameçou a democracia foi este

Acho impressionante alguém acusar Bolsonaro de ter "sonhos autoritários". Até aqui ele tem sido muito mais democrático do que Lula, por exemplo, jamais foi. O atual presidente não criou uma só lei ou decreto que atente contra a democracia ou a liberdade de imprensa, mesmo atacado 24h por dia pelos grandes veículos.

São os mesmos veículos (Folha de SP e seu instituto Datafolha, UOL, Globo, Estadão) que ganhavam milhões de reais por mês para diluir os crimes do governo e elogiar suas medidas. Esses veículos chegaram a ignorar atentados claros de Lula contra a liberdade da imprensa, ou seja, sua própria liberdade.

Lula tentou emplacar uma lei criando um órgão para controlar a imprensa, com poder para impedir o jornalista de trabalhar se ele "ofendesse" órgãos do governo, partidos políticos ou políticos. A definição dessa "ofensa" seria dada por um sindicato que é comandado pela esquerda há mais de 40 anos.

Criou conselhos aparelhados para controlar os ministérios quando não estivesse mais no poder, formado por gente de facções como MST, o braço sindical do PT (CUT) e similares. Bolsonaro teve que enfrentar raios e trovões para acabar com essa interferência absurda no Executivo.

Lula queria expulsar um jornalista do país porque não gostou do que ele escreveu (e ele apenas noticiou o que o país inteiro sempre soube, que o petista bebe muito). Só mandava verba de mídia para veículos que o elogiassem ou ignorassem seus crimes.

Bancou com dinheiro público um bando de blogueiros para atacar a oposição. Fazia "coletivas" só com blogs aliados. Dava entrevistas exclusivas só aos veículos submissos a ele. As facções ligadas ao PT e a Lula, como o MST e Via Campesina, praticaram atos violentos sem ser punidos. Chegaram a invadir e depredar o Congresso Nacional.

Os veículos que hoje vêem "atentado contra a democracia" em atos de Bolsonaro ou de seus apoiadores são os mesmos que ignoraram os ataques violentos e a invasão do Congresso, nunca criticaram nem cobraram punição para os marginais que praticaram esses atos.

Se limitavam a dar espaço para esses marginais dizerem que os atos eram "pacíficos", que eram "protestos legítimos" e outras baboseitas que fazem parte da cartilha de discursos da esquerda. Globo, Folha, UOL, Estadão trataram a invasão do Legislativo do país como coisa trivial e normal.

Hoje atuam, diariamente, visando desgastar, sabotar e destituir um presidente eleito por nós, brasileiros, para viabilizar a volta de um presidiário. Se existe um atentado à liberdade de imprensa, vem desta facção da imprensa que não se conforma com a escolha dos eleitores.

Ao transformar intrigas e fofocas em notícia, ao entortar fatos para caber no seu projeto de destituição do presidente, ao ignorar o que realmente importa para o país, ao colocar futricas políticas acima de temas como saúde e educação, ao não cumprir sua função social, este veículos ameaçam a imagem da midia junto à sociedade.

Ameaçando esta imagem, fazem com que muita gente passe a ver a mídia em geral como algo tendencioso e, por isso, descartável. Passe a não enxergar importância suficiente para que ela seja protegida. A partir daí, o perigo para jornalistas e veículos de imprensa se tornará generalizado.

Bolsonaro não ameaça a impresa. A parte militante da imprensa ameaça a imprensa.

Posted at 3:23 PM


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Crise pode salvar o varejo local

Quando surgiu, disseram que ela ia acabar com os jornais, rádios, tevês... nada disso aconteceu. Os jornais passaram a atuar online sem perder sua essencia e a internet, ao invés de prejudicar, reforçou o poder do rádio, com atuação local mas abrindo um canal onde o ouvinte também está, além de ampliar seu alcance de local para mundial.

No comércio pode acontecer o mesmo, apesar do atraso enorme. O corona tem potencial para reforçar o varejo local por forçá-lo a adotar a venda online, sob pressão, coisa que o lojista tradicional reluta em fazer desde que o planeta se tornou online. Nestes 20 anos, ele perdeu mais da metade das vendas para as grandes e pequenas lojas online.

Muitas das pequenas se tornaram grandes comendo a fatia do comércio local graças à facilidade de compra pela internet e a cegueira dos donos de lojas físicas. Ao contrário de jornais e rádios, que correram para ocupar seu espaço na rede e, por isso, continuam dominando a audiêcia local, o comércio se recusou a enxergar a mudança.

Faço aqui um paralelo com uma esquisitice que vi nos anos 90, nos Estados Unidos. Fui convidado pela T.M. Express para explicar aos radialistas americanos como aproveitava o material da empresa, que lá era subutilizado. Além da palestra, para vários grupos pequenos, visitei algumas emissoras de Los Angeles e me surpreendi.

O ano era 1995 e a Morena FM usava, há 5 anos, músicas exclusivamente digitais na programação e todos os seus comerciais também eram digitais, há 4 anos. Ao vistiar o estúdio da Kiss FM, então a maior emissora da California, me deparei com casseteiras. Eram equipamentos para tocar as músicas e comerciais em fitas cassette, analógicas.

Meu espanto foi enorme. Os EUA tinham equipamentos digitais para rádio desde 1990 e eu mesmo usava os importados de lá na Morena FM. Todos os americanos já tinha toca-CD em carros e em casa. Então, por que as rádios usavam aquela tecnologia obsoleta?

Os locutores me disseram que não era por dificuldade de adequação, já que todos eles usavam CD em casa e no carro. Falta de dinheiro também não era problema, muito menos dificuldade de encontrar equipamentos adequados. Então, por que os estúdios ainda eram analógicos?

A resposta veio do diretor da emissora e mostra bem a mentalidade comercial dos americanos, aplicada em todos os segmentos: "a audiência e o faturamento até hoje está dentro do previsto, logo, não há nenhum motivo para mudar os equipamentos". A cabeça do lojista físico no Brasil é parecida.

A diferença é que nada continua como o previsto. Desde o aparecimento das primeiras lojas online o comerciante local vem perdendo, todo dia, toda hora, toda semana, boa parte de suas vendas para o e-commerce. Nem dá para calcular quanto cada loja perdeu nestes 20 anos. Mas é uma enormidade.

Há duas décadas o lojista já devia ter seguido a mídia e montado um site vendendo para a própria cidade, porque é o que o consumidor quer. Ele cansou de trocar de roupa, pegar carro ou ônibus, entrar em várias lojas, enfrentar vendedor chato ou ser ignorado, ficar na fila do caixa, voltar para casa, trocar a roupa de novo... para comprar um sapato.

Ou uma geladeira, uma camisa, um mouse, material de escritório, livros, celular, tevê, qualquer coisa. Há mais de 20 anos ele prefere comprar de casa, em poucos minutos, e receber em casa. O ponto fraco do comércio online nacional é o prazo de entrega, único ponto forte que sobrou para o lojista local. Isso e o fato de que fazer compras pode também ser um passeio, especialmente em shoppings.

Somente agora, com a crise do coronavirus, ele entendeu o que devia ter feito há 20 anos. Mas está sendo obrigado a montar loja online às pressas, sem planejamento, sem estratégia. O preço a pagar depois que a crise passar pode ser alto, com um site de vendas estagnadas sem que as físicas se recuperem.

Hoje, montar uma loja online é fácil. Provedores como o Grapiuna.com possuem sistemas de loja online que o próprio dono pode instalar com poucos cliques. Depois de incluir os itens e personalizar o site, a manutenção é mínima. Além disso, todo o processo de pagamento é automatizado com PagSeguro, PayPal ou similares. O que realmente resta é administrar a entrega, em geral com motoboys ou carro da empresa.

Graças a essas facilidades, a associação de e-commerce ABComm estima que 80 mil novas lojas online tenham aparecido de março para cá, no rastro da quarentena e do fechamento do comércio local. Aqui em Itabuna (BA), onde moro, observei várias lojas físicas ganhando canais digitais "nas coxas" para diminuir o prejuízo.

É um bom começo, desde que os lojistas entendam que as vendas online durante a crise só vão se sustentar depois dela se o serviço for bem feito. Dou aqui dois exemplos de lojas físicas de Itabuna que montaram um canal online com qualidade, rapidez, conforto e eficiência.

Um é o de O Boticário, que montou correndo um canal de vendas via WhatsApp do jeito certo, faturando bem para o Dia das Mães. O processo é rápido e a entrega no mesmo dia. Outro é a Papel Pautado, com um site eficiente desde 2017, de navegação confortável, boa variedade de itens, compra rápida e fácil, entrega em uma hora ou quase isso.

São dois exemplos a ser seguidos e que têm qualidade para se manter como canal importante de vendas depois que o comércio for reaberto. A única coisa que falta a eles é divulgação de massa, como no rádio, o meio mais eficiente para promover vendas localmente. Mas fica um alerta.

O rádio é um canhão, que não pode ser usado para matar uma barata. Voce só deve anunciar nele depois de ter certeza de que consegue atender bem a demanda que será gerada por sua propaganda. Se não tem certeza, primeiro reforçe estoque, pessoal e sistema de entrega, para só depois anunciar.

Posted at 3:22 PM


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26/04/20

O virus do comércio pós-pandemia

Não, não vou falar do Moro. Moro é passado. Vou falar de futuro depois da pandemia. Na semana passada escrevi sobre como o mundo será diferente depois desta crise. Mas algumas mudanças já estão acontecendo, precipitando, de certa forma, o futuro.

As empresas mais espertas estão fazendo pesquisas, levantando dados, montando estudos para entender para onde o consumidor vai, o que mudou na rotina dele. A Unilever descobriu que, sem sair de casa para trabalhar, estudar ou se divertir, as pessoas fazem compras diferentes.

Elas passaram a lavar menos os cabelos e deixar a barba crescer. A venda de xampú, condicionador, espuma de barba, pós-barba, lâmina de barbear, creme hidratante e desodorante caíram bastante, mais de 25%. A necessidade de ficar em casa aumentou as de produtos de limpeza, como detergente, desinfetante, sapólio e alvejante.

Isso fez a Unilever reduzir a produção do primeiro grupo e se concentrar na do segundo. Ficar trancado também alavancou a venda de refeições em casa, boa parte delas feita por restaurantes e lanchonetes que foram obrigados a fechar, mas se adaptaram rápido para montar deliveries.

A falta de consumidores nas ruas levou o governador de São Paulo, João Agripino Dória, a propor mudar o Dia das Mães para agosto. É tão sem noção quanto mudar o Natal para março. A data é maior que comércio. As pessoas vão se reunir na casa das mães de qualquer jeito, com ou sem isolamento. E comprar o presente online.

Por falar nele, o comércio online, que já vinha crescendo em taxas muito superiores às do varejo de rua, inclusive durante a recessão criada pelo PT entre 2014 e 2016, explodiu e vai tomar grandes fatias do tradicional. Quem tiver loja de rua e não montar pelo menos um site informativo, tende a desaparecer nos próximos anos.

Os pequenos empresários enxergaram isso e correram para se adaptar, não usando um site de vendas, mas o WhatsApp, o Twitter e o Instagram para divulgar seus produtos e fechar as vendas, com PagSeguro ou PayPal como canal de pagamentos, soluções práticas e de adoção rápida.

Em Itabuna, por exemplo, O Boticário está vendendo pelo WhatsApp e entregando em casa no mesmo dia. A empresa, que está fechada, também é dona das farmácias Velanes, que estão abertas e são usadas para divulgar este esquema de venda pela rede social.

Desde 2000, há 20 anos, escrevo aconselhando os lojistas de Itabuna a manter um canal de vendas online. Não para vender para todo o Brasil, mas apenas para sua cidade, entregando em uma hora usando motoboys. A entrega no mesmo dia é a única variável em que o e-commerce não consegue bater o físico.

Precisou uma pandemia e uma quarentena para mostrar a eles que eu estava certo. E que perderam tempo. O comércio online é a única alternativa durante a quarentena e esta não será a última. Outras pandemias virão pela frente e mesmo esta pode precisar de novo fechamento, depois de alguns meses de comércio reaberto.

O Shoptime, que voce conhece pelos aparelhos interessantes, me surpreendeu ao anunciar a venda de produtos de supermercado. É uma mudança enorme do ponto de vista de logística e filosofia, mas se explica com a parceria que ele fez com pequenos negócios para vender os produtos através de seu site.

Este tipo de parceria já era visto nas lojas Americanas e Magazine Luiza, que deixam terceiros venderem através dos sites do grupo. Mas, a partir de hoje, deve se disseminar com muita rapidez. O grande ganha em diversidade e quantidade de produtos, o pequeno ganha um canal de vendas com milhões de clientes cadastrados.

As mudanças impostas pelo isolamento podem ser observadas em uma pesquisa do Sebrae, feita entre 13 e 16 de abril. Ela mostra que 49% dos empresários estão atendendo remotamente, sendo que 20% deles iniciaram esta opção durante a pandemia do novo coronavírus.

Porém, por enquanto, esta é uma estratégia de sobrevivência, não de aumento de faturamento. Somente 3% viram as vendas aumentar. 14% estão tendo o mesmo nível e 26% sofreram perda. Ou seja, estão apenas evitando que a situação seja ainda pior. É um paliativo.

O mais interessante são os dados que mostram o que precisa ser feito para que a venda remota melhore. Entre as maiores dificuldades relatadas pelos empresários na adoção do trabalho remoto, uma foi a falta de logística para entrega (43%), que pode ser resolvida em parte com motoboys.

Outras foram a falta de tecnologia adequada ao seu negócio (36%), o que abre um nicho para desenvolvedores; falta de produtos ou embalagens para entrega (19%), outro nicho, e de funcionários (16%). Ainda a falta de clientes (12%), que se resolve facilmente com propaganda, especialmente em rádio.

Também citaram a falta de espaço físico para a manutenção do estoque (9%), mas 71% deles dizem que, quando esta pandemia acabar, vão acrescentar de vez o atendimento online ao empreendimento. Em resumo, se o comércio online já vinha dando baile no tradicional, ele virou sua melhor chance e seu maior desafio.

Nos próximos anos os lojistas terão que encontrar o equilíbrio entre vendas físicas e online, o caminho para conquistar os clientes remotos sem perder os que visitam a loja. Não será fácil. Se o consumidor com banda larga já preferia comprar online, hoje são os que apenas tem internet pelo celular que adotam a prática.

O segredo está, novamente, na entrega no mesmo dia. Se o lojista montar um site ou canal de rede social para vender apenas para sua cidade, com entrega em uma hora usando motoboys, com divulgação em veículo de massa (o rádio aqui é imbatível) e um bom atendimento, seu negócio vai não só sobreviver, como crescer.

Posso garantir que o comércio pós-pandemia será outro.

Se voce ainda estará nele, depende do que fizer.

Posted at 4:35 PM


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11/04/20

Um mundo pós-corona

As medidas adotadas para frear o coronavirus vão mudar o mundo inteiro.

Os EUA, por exemplo, já tem desemprego de país pobre, com 15 milhões a mais em três semanas e a taxa subindo para 14% ainda neste mês. Se antes ele impedia mexicanos de entrar, agora são os mexicanos que barram os americanos usando o muro que eles mesmo construíram.

Países da Europa que rejeitavam imigrantes, agora precisam deles com urgência.

Alguns dos mais ricos se viraram e continuam bem, como a Alemanha e a Suécia. Outros terão desemprego em massa, quebra de empresas e redução de sua importância para a economia mundial, como a Espanha, a Itália e a França.

Museus, todas as atrações turísticas, operadoras e negócios que giram em torno do turismo precisarão ser salvos, c0m muito dinheiro, pelos governos.

Pela primeira vez os chineses ficam proibidos de comer cães e gatos (tradição por lá), um lado bom da pandemia. O SUS virou exemplo de sistema para países ricos que não têm nada parecido, dando mais “moral” mundial ao país.

As pessoas passaram a valorizar quase tudo o que antes consideravam trivial, como passear na praça, bater papo com os amigos num café, levar a família numa pizzaria, abraçar, beijar e fazer compras.

Pela primeira vez a gente pode ver a diferença que nossa atividade humana faz no nível de poluição em cidades como São Paulo, que ficou limpa.

Na China, muitas cidades viram ao céu pela primeira vez na atual geração e na Índia, o Himalaia fico visível para cidades que não o viam por causa da poluição extrema.

Em grandes centros, pássaros voltaram a frequentar praças e parques como faziam no tempo de meus avós.

O egoísmo do Congresso, que anunciou cortes do próprio salário mas só usou isso como marketing oportunista, ficou ainda mais patente.

Quem defendia mais feriados, hoje se arrepende. Quem desprezava o seu emprego porque não era o do sonhos, também.

Os adolescentes que sempre estudaram de cara amarrada hoje estão vendo a falta que a escola faz.

O futebol nacional talvez finalmente adote o calendário do resto do mundo por falta de opção, o que seria ótimo.

As aulas online ganharam impulso e podem melhorar os cursos presenciais como um novo tipo de reforço.

O tempo extra fez com que a gente descobrisse novos e maravilhosos youtubers, de comediantes e professores a donos de tutoriais bacanas.

Eu mesmo aprendi a usar o editor de vídeos Shotcut em boas aulas online.

Mais países só terão o Brasil como alternativa para comprar alimentos, bombando nossas exportações.

São Paulo, a “cidade que não para”, finalmente parou para respirar um pouco.

Quando morava lá, gostava de ficar na cidade nos feriadões, quando as ruas e avenidas estavam vazias e me sentia dono de tudo. Hoje, é feriadão todo dia...

A pesquisa centífica ganhou importância e deve conseguir mais recursos e espaço nos governos.

As pessoas redescobriram o hábito de andar para ir a lugares próximos, sem ônibus ou táxi circulando.

Lavar as mãos é outro bom hábito valorizado na crise, assim como deixar os sapatos na entrada ao vir da rua.

Neste ponto o Japão já levava vantagem. Deixar os sapatos na entrada é costume antigo e etiqueta obrigatória para as visitas.

A diferença entre a imprensa séria, focada na crise de saúde e de economia com o coronavirus, e a especulativa, agarrada a futricas políticas (como Globo, Folha e UOL) ficou ainda mais patente.

O rádio explodiu e mostrou mais uma vez que é o veículo mais próximo das pessoas e o mais influente. Na crise, também é o de melhor custo/benefício para empresas de todos os tipos.

Muita gente descobriu que pode trabalhar em casa, outras confirmaram que não conseguem. Enfim...

O mundo depois da crise do corona será outro. Melhor.

Posted at 12:51 AM


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