Resposta para o jornal Valor
Qual o valor de um jornal de economia se as notícias que publica
estão 80% erradas?
Foi o que aconteceu com a matéria "Pirata virtual terá de indenizar Globo" do dia 31 de maio, página B4, assinada por Orivaldo Perin.
O primeiro problema é que ele não escreveu a matéria, e sim copiou matéria publicada na Veja com frases inteiras iguais. Pior: não fez o básico do jornalismo, que é checar as informações. Qualquer estudante de jornalismo ou
estagiário faria um trabalho mais sério.
Por causa disto, cometeu e repetiu diversos erros:
1. "O fotógrafo baiano..." Senhores, não sou fotógrafo. Sou formado em publicidade e marketing na USP com curso de direção de rádio e tv na BBC de Londres. Sou um respeitado empresário de comunicação no sul da Bahia. Presido a Rede Morena, que inclui a rádio Morena FM, primeira 100% em CD na América Latina (1991) e 100% digital (94); o jornal A Região (o principal do interior baiano, com edições em Itabuna, Ilhéus e Eunápolis) e o jornal The Brazilian, que tem firma aberta em Londres (The Brazilian Ltd).
2. "sofreu a segunda derrota este mês", "já havia sofrido outra derrota há duas semanas em ação movida pela Embratel... para recuperar o endereço embratel.com, pirateado pelo fotógrafo".
Isto é calúnia pura e simples. Nunca fui dono deste dominio e muito menos "pirateei" o endereço. Valor é que pirateou a verdade.
3. "...o site de Marcel (dominiosbrasil.com.br) está com o sistema de registro suspenso". Senhores, isto é ignorância demais para um jornal que quer orientar outros empresários em suas tomadas de decisão. Em primeiro lugar, este site nada tem a ver comigo - não é meu e sequer o conheço! Depois, não existe nada parecido com "suspender" sistema de registro. Quem faz registros no Brasil é apenas a Fapesp, como meu sobrinho internauta de 7 anos sabe há tempos.
4. O fato do Jornal Nacional estar no ar desde 69 e o Globo Esporte desde 78 nada significam para a lei brasileira de marcas e patentes, que deveria ter sido consultada pelo "jornalista" que escreveu a matéria. Uma marca só é notória quando consegue, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial um certificado de notória. A Globo não tem nenhum.
Na época do registro do domínio globoesporte.com.br a Globo sequer tinha esta marca registrada junto ao INPI. Ela havia vencido seis anos antes, em 1992 e nunca tinha sido renovada. Novamente, uma simples busca no banco de dados do site do INPI teria revelado esta informação.
Cada marca só está protegida, segundo a lei de marcas e patentes, para o uso que consta na categoria onde ela foi certificada (existem 42 categorias). A marca Jornal Nacional só está protegida para uso em "serviços de comunicação e publicidade". Acho que nem o seu "jornalista" ignora que a internet é uma rede de computadores e não um serviço de comunicação.
Existem 48 empresas donas de marcas "globo" no INPI, cada uma em sua categoria. Existem mais de 50 empresas donas de marca "nacional", cada uma em sua categoria. A Globo não pode ganhar o direito de estar protegida em todas as categorias se inscrevendo em apenas uma, sob pena de anular a lei de marcas e patentes e os direitos das outras empresas.
Em tempo: não existe ainda nenhuma categoria para a internet. Uma falha da lei que precisa ser corrigida no Congresso e não com sentenças equivocadas.
5. "...edita uma revista digital chamada The Brazilian..." Como observado antes, trata-se de um jornal semanal editado em Londres. Seu slogan é "um jornal com opinião própria" e está escrito com destaque na primeira página do site. Valor escreveu sobre o que não viu.
6. O dominio xuxapark.com.br foi registrado muito antes do programa da Globo ter este nome e era um projeto de parque aquático virtual sobre nadadores brasileiros para crianças (cada nadador seria associado a uma entidade marinha - golfinhos, arraias, etc...) e seria centrado no nadador Xuxa, que na época estava em evidência. Nem tudo que é Xuxa é da Globo...
Senhores, que tipo de credibilidade um jornal de negócios pode ter errando tanto em tão pouco espaço impresso?
Em nome desta credibilidade espero que Valor cumpra com meu direito de resposta, como manda a tradição do bom jornalismo, corrigindo as informações erradas que passou a seus leitores.
A resposta à Gazeta Mercantil
A resposta à revista Época
A resposta à revista Veja
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